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SOMBRA NO TUCANATO
Líderes dizem que tucano terá de explicar suposto "caixa 2"; ACM diz que vai defender CPI
PFL quer apuração e trabalha em silêncio pela queda de Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL crê que as denúncias
contra Ricardo Sérgio de Oliveira
vão acabar derrubando a candidatura do tucano José Serra. Mas
a estratégia dos pefelistas será evitar envolvimento direto no caso
para se credenciar a uma recomposição da aliança com o governo
em torno de um novo candidato.
Os nomes preferidos dos pefelistas são o ex-governador Tasso
Jereissati (CE) e o presidente da
Câmara dos Deputados, Aécio
Neves (MG), para uma eventual
substituição da candidatura de
Serra à Presidência da República.
Despertou a atenção do PFL o
trecho da reportagem de "Veja"
em que o empresário Carlos Jereissati diz que contribuiu com R$
2 milhões com a candidatura de
Serra ao Senado, a pedido de Ricardo Sérgio. Só que, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), estariam registrados apenas R$ 95 mil
de contribuições de empresas de
Jereissati.
Reservadamente, pefelistas comentavam ontem que o candidato tucano terá de explicar o que
eles consideram caixa dois.
O líder do PFL no Senado, José
Agripino Maia (RN), defendeu
uma investigação "rigorosa". "A
se confirmar a história, contada
por duas pessoas de credibilidade,
é um fato muito grave que terá de
ser apurado com profundidade",
disse. O senador afirmou que
eventuais reflexos na pré-candidatura de Serra "vão depender
dos desdobramentos, da confirmação dos fatos".
Bornhausen e ACM
Já o presidente do PFL, senador
licenciado Jorge Bornhausen
(SC), procurou evitar o assunto.
"Eu quero estar bem longe disso.
Submundo não é do meu ramo.
Eu faço política." Ele afirmou que
estava descansando em Uberaba
(MG) e não leu a reportagem.
O ex-senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) disse ontem
que o governo deve investigar a
atuação do empresário Ricardo
Sérgio na área internacional do
Banco do Brasil e na Previ (o fundo de previdência complementar
dos funcionários do banco).
"Quando isso for apurado nós teremos novos escândalos."
ACM disse que havia muito "vinha alertando" o governo sobre a
atuação de Ricardo Sérgio. "O
presidente Fernando Henrique
sabia desses assuntos de Ricardo
Sérgio. Por isso mandou demiti-lo, mas ficou só na demissão e não
chegou a apuração, por que Ricardo Sérgio sempre foi muito ligado ao Serra", afirmou.
O ex-senador disse que vai reunir a bancada do PFL baiano amanhã e defenderá o apoio à criação
de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso Nacional.
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