São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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SOMBRA NO TUCANATO

Líderes dizem que tucano terá de explicar suposto "caixa 2"; ACM diz que vai defender CPI

PFL quer apuração e trabalha em silêncio pela queda de Serra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL crê que as denúncias contra Ricardo Sérgio de Oliveira vão acabar derrubando a candidatura do tucano José Serra. Mas a estratégia dos pefelistas será evitar envolvimento direto no caso para se credenciar a uma recomposição da aliança com o governo em torno de um novo candidato.
Os nomes preferidos dos pefelistas são o ex-governador Tasso Jereissati (CE) e o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (MG), para uma eventual substituição da candidatura de Serra à Presidência da República.
Despertou a atenção do PFL o trecho da reportagem de "Veja" em que o empresário Carlos Jereissati diz que contribuiu com R$ 2 milhões com a candidatura de Serra ao Senado, a pedido de Ricardo Sérgio. Só que, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), estariam registrados apenas R$ 95 mil de contribuições de empresas de Jereissati.
Reservadamente, pefelistas comentavam ontem que o candidato tucano terá de explicar o que eles consideram caixa dois.
O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), defendeu uma investigação "rigorosa". "A se confirmar a história, contada por duas pessoas de credibilidade, é um fato muito grave que terá de ser apurado com profundidade", disse. O senador afirmou que eventuais reflexos na pré-candidatura de Serra "vão depender dos desdobramentos, da confirmação dos fatos".

Bornhausen e ACM
Já o presidente do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), procurou evitar o assunto. "Eu quero estar bem longe disso. Submundo não é do meu ramo. Eu faço política." Ele afirmou que estava descansando em Uberaba (MG) e não leu a reportagem.
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse ontem que o governo deve investigar a atuação do empresário Ricardo Sérgio na área internacional do Banco do Brasil e na Previ (o fundo de previdência complementar dos funcionários do banco). "Quando isso for apurado nós teremos novos escândalos."
ACM disse que havia muito "vinha alertando" o governo sobre a atuação de Ricardo Sérgio. "O presidente Fernando Henrique sabia desses assuntos de Ricardo Sérgio. Por isso mandou demiti-lo, mas ficou só na demissão e não chegou a apuração, por que Ricardo Sérgio sempre foi muito ligado ao Serra", afirmou.
O ex-senador disse que vai reunir a bancada do PFL baiano amanhã e defenderá o apoio à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso Nacional.



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