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Delegado teve estrutura da PF, diz Tarso
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem
que a cúpula da Polícia Federal deu toda a estrutura necessária para a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. Se o
inquérito eventualmente
não alcançar sua finalidade,
disse, não foi por falta de policial. "Quem sabe teve algum vício de origem."
A afirmação é uma resposta ao delegado Protógenes
Queiroz que, depois de quatro anos investigando, foi
afastado do caso pela direção
da PF. Ao Ministério Público
o policial afirmou que não
recebeu reforço de equipe,
como havia solicitado, e que
a cúpula da polícia tentou
obstruir a investigação.
"Segundo informações, ele
[Protógenes] dizia que não
informava a seus superiores
nem sobre o estágio da investigação, pois não tinha confiança se eles dariam força
para o caso. Se não informava, como é que a cúpula iria
saber que estava faltando policial?", afirmou Tarso. Segundo o ministro, quando
pediu o reforço, o delegado
foi atendido de "imediato".
Uma conversa telefônica
entre Protógenes e um diretor da PF em Brasília revelou
que a cobrança por mais policiais foi feita um dia após o
início da operação e sete dias
antes da reunião em que foi
definida a saída do delegado.
O presidente do Supremo
Tribunal Federal, Gilmar
Mendes, se defendeu ontem
das insinuações de que teria
interesse na soltura de Dantas. "Quem eventualmente
defende a observância dos
direitos fundamentais não
está assumindo a defesa da
corrupção", afirmou.
Por duas vezes e em menos
de dois dias, Mendes concedeu habeas corpus de soltura
em favor do banqueiro.
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