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Ex-prefeitos rejeitam comparações de gastos
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes das administrações Pitta e Maluf rejeitam comparações dos custos atuais do
transporte coletivo com os de
anos anteriores e demonstram
desconfiança quanto ao ônus do
bilhete único aos passageiros e ao
município. Mesmo assim, são favoráveis ao cartão magnético.
Antenor Braido, secretário de
Comunicação da gestão Pitta,
afirma que a prefeita Marta Suplicy compromete os gastos totais
da prefeitura com subsídio em
patamares não muito diferentes
de gestões anteriores pelo fato de
ter aumentado demais a arrecadação com taxas e impostos.
"É algo incomparável", afirma.
Assim, se hoje aproximadamente
2% do Orçamento são gastos com
subvenções aos ônibus e lotações,
esse índice seria maior se a receita
do município fosse igual à de anos
anteriores. Ainda assim, entretanto, o percentual não atingiria 3%.
Getúlio Hanashiro, que foi secretário dos Transportes do governo Pitta, afirma ainda que os
valores fornecidos pela prefeitura
incluem pendências de anos anteriores que tiveram de ser pagas.
"Pitta teve de pagar os atrasados", afirma. Ele atribui a elevação da tarifa acima da inflação à
alta dos insumos do transporte,
mas considera piores os reajustes
da passagem feitos por Marta.
"No fundo, a atual administração foi quem mais onerou a população, porque acumulou reajustes anteriores. É a maior tarifa
dos últimos anos", diz ele.
Tanto representantes de Pitta
como de Maluf lembram ainda
que no custo das subvenções do
custeio dos ônibus e lotações não
estão incluídos os gastos com a
própria implantação do bilhete
único -como a instalação de
equipamentos de informática.
Adilson Laranjeira, assessor de
imprensa de Maluf, afirma que os
reajustes tarifários da época foram embasados em estudos dos
custos do transporte. Diz ainda
que não causaram turbulências.
A alta na gestão Maluf também
é atribuída à decisão do ex-prefeito de reduzir os subsídios ao sistema. Quando assumiu, eles consumiam 5,7% do Orçamento. Ao
sair, esse índice baixou para 2,5%.
A administração Marta não quis
dar uma entrevista sobre o tema.
A assessoria da Secretaria dos
Transportes pediu uma relação de
perguntas por escrito e forneceu
respostas curtas, sem detalhes.
A gestão Marta diz que os dados
desde a implantação do bilhete
único, em maio, indicam um
equilíbrio do sistema. O governo
também atribui aos insumos,
mão-de-obra e encargos os reajustes tarifários superiores à inflação. Diz, porém, que, com a implantação do bilhete único, a tarifa de São Paulo se torna "a mais
barata do Brasil" em relação a cidades de porte semelhante, já que
permite baldeações por R$ 1,70.
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