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Conselho aprovou carta, diz Trevisan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O consultor Antoninho Marmo
Trevisan disse que o texto da carta
enviada aos associados da ONG
Apoio Fome Zero foi aprovado
pelos 21 empresários do conselho
deliberativo da instituição.
Trevisan afirma que o texto é
formal, mas não impositivo. "É
uma carta formal, mas é honesta,
sincera. Além disso, os valores são
irrisórios." Segundo ele, "não passou pela cabeça de ninguém do
conselho que algum empresário
fosse se sentir pressionado".
O consultor afirmou que alguns
conselheiros sugeriram contribuições com valor mais alto.
Mas a opção, diz Trevisan, foi
estabelecer valores (que vão de R$
100 a R$ 2.500 mensais) que pudessem ser pagos por empresas
pequenas. "Para não ser uma
ONG de elite", diz.
Trevisan ressalta que, para que
pudesse garantir a transparência
administrativa da ONG, convidou
para compor o conselho fiscal
membros do Conselho Federal de
Economia, do Instituto Brasileiro
dos Auditores, de um grande escritório de advocacia e de uma
empresa de auditoria.
Sobre as reclamações dos empresários, Trevisan disse que isso
pode ser fruto de um conjunto de
fatores, mas não do tom de uma
carta que pede contribuições modestas para combater a fome.
Segundo Trevisan, a relação dos
empresários com o governo passa
por um momento conturbado em
razão do fraco desempenho econômico do país somado à alta carga tributária. "Sei que os empresários estão irritados de alguma
forma com o governo, estão bravos, e eu já levei adiante."
Ele frisa, no entanto, que a
Apoio Fome Zero não fez nenhum tipo de "pressão" ou "coação" sobre o setor.
Trevisan afirma que, hoje, as
grandes empresas possuem suas
próprias ONGs e fundações.
"Muitas empresas não querem
mais contribuir para uma ONG
que não lhe dê visibilidade, mas
para a sua própria. Há um problema instalado, percebo isso."
Em relação à primeira-dama,
Marisa Letícia Lula da Silva, Trevisan foi categórico: "Eu a convidei [para ser presidente de honra
da ONG], e ela gentilmente aceitou. Se há algum ônus, ele é meu,
mas não dá para demonizar as
boas iniciativas deste país. Estou
estarrecido, a vontade de trabalhar [em programas sociais] vai lá
para baixo".
(GA)
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