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Crime revela o despreparo do Estado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A morte dos fiscais do Trabalho
no último dia 28 de janeiro, em
Unaí (noroeste de Minas Gerais),
é um exemplo de como a máquina estatal não está preparada para
se antecipar aos problemas. Todos os superiores dos três auditores julgavam que a situação na
área estava calma.
Um ano antes da morte dos três
auditores do Trabalho e do motorista durante fiscalização das condições de emprego no interior do
Estado, um dos fiscais assassinados, Nelson José da Silva, relatou à
subdelegacia de Paracatu (MG),
que recebera ameaças de fazendeiros de Unaí (MG).
A partir daí, o caminho que a informação percorreu demonstra
como a burocracia limita ações
mais rápidas. De Paracatu, o relatório seguiu para a Delegacia Regional do Trabalho, em Belo Horizonte, que pediu parecer à consultoria jurídica.
A informação contida no relatório foi repassada também ao Ministério Público do Trabalho e ao
Ministério do Trabalho. À PF foi
solicitada a abertura de inquérito
por "desacato", não por ameaça.
"Nunca fui informado disso", disse Paulo Lacerda, diretor-geral da
PF. Segundo a secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela, embora a responsabilidade sobre este caso seja compartilhada, cabe
às delegacias regionais acompanharem as fiscalizações de rotina
e pedirem auxílio, quando for o
caso, à PF.
O delegado regional do Trabalho de Minas, Carlos Calazans,
disse ter "subestimado" o caso.
"Para algumas ações subestimamos os empregadores. Não havia
percebido a necessidade de que,
para aquela ação, deveríamos ter
requisitado auxílio policial."
Os reflexos da falta de verba da
Polícia Federal chegam à Justiça.
Na Paraíba, desde o final do ano
passado, a Superintendência da
PF está impedida pela Justiça Federal de enviar policiais para
ações no interior ou em outros Estados sem efetuar os pagamentos
das diárias (alimentação e hospedagem) antecipadamente.
"A decisão ocorreu em primeira instância. Antes, recebíamos o dinheiro cinco meses depois, sem juros", diz o vice-presidente do sindicatos dos policiais
federais da Paraíba, Ronaldo Rocha.
(EDS E ID)
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