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Relatório prevê pouco recurso do BNDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documentos elaborados pela
equipe de transição apontam que
o PT não espera muito no próximo ano de uma das principais
fontes de recursos para investimentos econômicos e sociais listadas no programa de governo do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva: o BNDES.
"É possível prever, desde logo,
um ano apertado, em que serão
muito poucos os recursos para investimento nas prioridades do
novo governo", diz relatório sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O programa de Lula reserva papéis importantes ao órgão, entre
eles o de ser um dos maiores fomentadores do setor exportador,
de forma a dar ao país um superávit comercial que independa da
desvalorização do real, e financiar
o programa Primeiro Emprego,
de subsídios para empresas que
contratem jovens.
No relatório da transição, considera-se o cenário desenhado para
2003 pela atual administração do
BNDES -com investimentos de
R$ 36 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões no primeiro trimestre-
"excessivamente otimista".
Recursos garantidos
Essa avaliação está baseada nos
números de 2002.
Segundo os técnicos petistas, do
total de R$ 39,2 bilhões disponíveis para este ano, apenas R$ 23,4
bilhões são recursos "garantidos".
Os recursos do BNDES têm
duas origens principais: o retorno
dos empréstimos que faz ao setor
produtivo e o FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador).
Para o PT, porém, o FAT está se
esgotando como fonte de dinheiro novo, uma vez que o banco
também tem compromissos financeiros com o fundo.
"A situação atual caminha para
um virtual esgotamento deste recurso [o FAT" enquanto fonte de
novos recursos para aplicações",
diz o documento.
Para a equipe de transição, é
"imprescindível" que o BNDES
busque recursos externos, ainda
que a estratégia seja "pouco recomendável estrategicamente", em
razão do cenário externo desfavorável.
Numa demonstração da preocupação do PT com as contas públicas, o relatório faz ressalvas a
recursos do orçamento do
BNDES ligados ao Tesouro, que
"efetivamente representam uma
redução do superávit primário [a
parcela das receitas do governo
destinada a pagar juros"".
(GUSTAVO PATÚ)
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