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SUPERPROTEGIDO
Protestos são cada vez mais comuns
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em Blumenau (SC), durante a
October Fest, em outubro de
2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do desfile e
tomou chope da caneca de um folião. Na semana passada, em Rio
Verde (GO), a segurança determinou que copos plásticos de água
fossem servidos sem tampa para
evitar o risco de que copos cheios
fossem arremessados contra a comitiva presidencial.
As duas viagens são emblemáticas e mostram a mudança de
comportamento do presidente
fora de Brasília em dois momentos do governo. Um dos sinais
mais concretos da preocupação
do Planalto com a queda da popularidade de Lula são os cuidados
cada vez mais minuciosos da
equipe responsável por sua segurança, especialmente nas viagens
domésticas. Além de cuidar da integridade física do presidente, há
a preocupação com manifestações e protestos que possam causar constrangimento.
O restaurante popular inaugurado por Lula em Manaus, no mês
passado, foi cercado por grades
de metal, em vez da já tradicional
corda de isolamento. O presidente mal viu os grevistas da Polícia
Federal que protestavam.
A mesma proteção de metal isolou a população do bairro Amine
Lindoso, onde Lula participou de
uma inauguração.
Os primeiros sinais de isolamento de Lula nas viagens ocorreram em Belém, em fevereiro. O
único lugar em que o presidente
caminhou e cumprimentou a população foi no bairro do Tucunduva, reduto petista que comemorava a urbanização da favela.
Em meados de março, manifestações e protestos tornaram-se
mais constantes. Em Olinda, no
dia 18, um grupo ligado ao MTST
(Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto) entrou em confronto
com policiais em frente ao local
onde se realizava a 2ª Conferência
Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional. Lula chegaria momentos depois.
Em Ribeirão Preto (SP), em
abril, a decoradora paraense Maria do Socorro Moura de Oliveira
Gabriel foi retirada da platéia que
acompanhava o discurso de Lula
na Agrishow após chamá-lo, aos
gritos, de "traidor".
Uma exceção: na visita a Rio
Verde Lula cumprimentou um
grupo de manifestantes do Movimento de Terra, Trabalho e Liberdade. Um dos seus assessores informou que os manifestantes não
eram "hostis".
O Planalto informou que "a segurança presidencial obedece a
normas estabelecidas por vários
governos". Disse ainda não ser
verdade que o bairro Amine Lindoso, em Manaus, foi cercado.
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