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Aécio terá dificuldades em MG
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governador eleito de Minas
Gerais, Aécio Neves (PSDB), terá
ao menos dois anos de dificuldades financeiras à frente do Executivo mineiro. Essa avaliação foi
feita na semana que passou pela
equipe econômica do governador
Itamar Franco (sem partido).
O secretário de Planejamento
do Estado, Frederico Penido, disse que, financeiramente, Itamar
vai deixar o Estado "muito melhor do que recebeu" do seu antecessor, Eduardo Azeredo (PSDB).
A gestão Itamar sustenta que
Minas fez nos últimos três anos e
11 meses o que deveria fazer, sendo que a crise de caixa decorre de
"problemas estruturais".
"Quando o PIB [soma das riquezas produzidas pelo país"
cresce 1%, a receita cresce 3%. Seria preciso [a receita" crescer 9%
para equilibrar as contas", disse.
Os salários dos servidores, que
consomem R$ 550 milhões/mês,
estão em dia, mas os recursos não
são suficientes para pagar o 13º
salário. Nesse caso, Itamar espera
a liberação de créditos de R$ 1,2
bilhão reconhecidos pelo governo
federal para saldar o débito natalino com o funcionalismo.
Em 2003, as despesas obrigatórias de Minas estão estimadas em
R$ 10,9 bilhões, contra uma receita projetada de R$ 8,6 bilhões. Isso representa que o rombo fiscal
projetado para o primeiro ano da
gestão Aécio é de R$ 2,3 bilhões.
Por isso, ele dependerá muito
do governo federal. Não apenas
do que Lula fizer na macroeconomia e das medidas que visariam o
desenvolvimento econômico,
mas também de recursos para
obras e da renegociação da dívida
do Estado, que, somando a interna e externa, financiadas pela
União, somam R$ 32,1 bilhões
-13% da receita vai para o abatimento dessa dívida; Aécio gostaria de reduzir para 5%, ao menos
por um período de dois anos.
Aécio vai assumir ainda outro
rombo de R$ 5,3 bilhões. Trata-se
da dívida fundada, que incluiu,
entre outras coisas, o débito com
fornecedores do Estado.
(PAULO PEIXOTO)
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