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PT tem apoio de ex-oposicionistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT poderá contar agora com
o próprio PT e outros partidos
aliados para a aprovação da reforma da Previdência. O apoio fez
falta nas tentativas do governo anterior de realizar uma reforma
que era até mais suave.
Também os sindicatos de servidores, que sempre apoiaram as
idéias dos antigos partidos de
oposição, são resistentes às mudanças, mas aceitam discutir a reforma com o governo.
O diretor do Sindijus (Sindicato
dos Servidores do Poder Judiciário), Roberto Policarpo, diz que os
servidores estão "apreensivos"
com a perspectiva de terem o valor de suas aposentadorias reduzido em relação ao salário.
"Queremos que os atuais servidores tenham aposentadoria integral e achamos que uma contribuição superior a 11% do salário é
confisco", afirma. Para Policarpo,
as discussões devem ser feitas em
torno das contribuições de quem
ainda vai entrar no sistema.
A proposta é a mesma contida
em um projeto de lei complementar enviado pelo governo anterior
ao Congresso. O projeto foi aprovado por unanimidade na comissão especial criada na Câmara para tratar do assunto.
O texto base da proposta foi
aprovado no plenário, mas, por
causa de destaques apresentados
pelo PC do B, PT e PDT, a votação
não foi concluída. "Basta o PT
querer, que agora o projeto anda", disse o senador e ex-ministro
da Previdência Waldeck Ornélas.
Para o ministro da Previdência,
Ricardo Berzoini, a mudança que
está no projeto não é suficiente
para equilibrar o sistema de previdência pública. Ele não pretende retirar o projeto do Congresso
porque poderá ser usado pelo governo caso não encontre problemas para aprovar a reforma.
O diretor do Sindijus acredita,
porém, que a discussão é "inevitável" e junto com outros sindicatos
pretende realizar em fevereiro um
seminário para discutir o tema
com o governo.
Wladimir Nepomuceno, diretor da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social), não é contra a
discussão sobre um teto de aposentadoria único para trabalhadores da iniciativa privada e do
setor público.
Mas lembra que é preciso detalhar como funcionará o fundo
complementar de aposentadoria
dos servidores. "A União também
teria que colaborar com o fundo.
E as contribuições que deveriam
ter sido feitas antes da reforma?
Elas serão repassadas?".
Nepomuceno teme que as fórmulas de cálculo das novas contribuições penalizem o servidor.
Segundo ele, a idade média do
funcionalismo é de 46 anos.
Segundo Ornélas, além da oposição feita pelos partidos que agora integram o governo Lula e do
lobby de sindicatos e entidades
representativas do funcionalismo, a reforma anterior enfrentou
a resistência direta dos servidores.
"Que deputado ou senador não
tinha um servidor na família? Era
só entrar no gabinete, os funcionários com quem se trabalhava...
Existia uma pressão direta", lembrou Ornélas.
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