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Ministérios dizem obedecer teto de gastos e comparam com anos FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maior parte dos ministérios
alega que manteve os gastos com
viagens dentro dos limites gerais
fixados por decreto do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no início
de fevereiro. O Ministério da Justiça, por exemplo, diz que poderia
gastar até o final de abril R$ 19,8
milhões com passagens e diárias
e, até o último dia 4, havia despendido R$ 7,7 milhões.
A maioria dos ministérios também faz a comparação com os
gastos com diárias e passagens registrados durante o governo FHC.
Em 2002, essas duas rubricas consumiram mais de R$ 676 milhões.
O Ministério da Educação, por
exemplo, alega que Cristovam
Buarque viaja bem menos do que
seu antecessor Paulo Renato Souza. Sobre a viagem da semana
passada à Espanha, o ministério
sustenta que a participação do jogador Ronaldo na campanha de
alfabetização seria fundamental
para atrair jovens. O contrato acabou não sendo fechado porque o
atleta faltou ao encontro.
Em vários ministérios, a Folha
ouviu que são naturais gastos
maiores com viagens no início do
governo, momento em que as
equipes são formadas e o Estado
precisa bancar o deslocamento de
pessoas que nem sequer tiveram a
nomeação publicada no "Diário
Oficial" da União.
Segundo o Ministério do Planejamento, o governo pode pagar o
custo de deslocamento de colaboradores eventuais, e esses custos
devem cair nos próximos meses.
Já o Ministério da Assistência e
Promoção Social avalia que, ao
contrário, os gastos com viagens
tendem a aumentar porque a estrutura da pasta cresceu, com a
criação de novas secretarias.
O Ministério da Saúde, campeão dos gastos até aqui, justifica
o grande volume de deslocamentos como uma decorrência do
"exército de auditores" de que
dispõe para fiscalizar os repasses
federais a Estados, municípios e
prestadores de serviços do SUS.
Segundo o secretário-executivo
Gastão Wagner, a intenção é racionalizar os gastos e reduzir em
um terço as despesas com viagens. O gasto anual está estimado
em R$ 32 milhões no ministério.
Wagner diz que os investimentos
da pasta vão começar a deslanchar em breve. Citou o exemplo
do projeto de reforma de postos e
centros de saúde em municípios
com mais de 100 mil habitantes,
que disporá de R$ 68 milhões.
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