|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Jungmann diz não conhecer a fundo o estudo
DO PAINEL
O ex-ministro responsável
pelo programa de reforma
agrária do governo federal
na maior parte do período
abrangido pela pesquisa "A
Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária Brasileira" (1995-2001) e atual
deputado federal Raul Jungmann (PMDB-PE), 51, disse
que não estudou com profundidade todos os resultados da pesquisa e, por isso,
seus comentários estavam
prejudicados.
"Eu não vou polemizar
com o estudo sem lê-lo, porque aí seria efetivamente um
absurdo e é preciso ter uma
responsabilidade nessas coisas", comentou o deputado.
Jungmann foi ministro Extraordinário de Política Fundiária entre 1996 e 1999 e ministro do Desenvolvimento
Agrário (novo nome do
mesmo cargo) entre 1999 e
abril de 2002, além de acumular a presidência do Incra
entre 1996 e 1999.
O deputado disse saber
que o estudo foi feito "a pedido do [ex-ministro] José
Abrão", seu ex-secretário-executivo no ministério, que
teria "pego aí um cara muito
bom para fazer isso", o pesquisador Gerd Spavorek.
"A conclusão final dele eu
teria que dar uma olhada e
procurar entender o período
que ele abarcou", disse o ex-ministro.
Jungmann disse que chegou a ver o estudo, mas só
para uma análise superficial.
"Na "diagonalizada" [olhada]
que eu dei, eu fiquei em dúvida se ele cobre todo o período [do governo Fernando
Henrique Cardoso]".
Ao ser informado de que o
estudo vai de 1995 a 2001, o
ex-ministro comentou: "Ah,
bom, então ele não inclui
2002". Jungmann continuou: "Se você chega, se eu
não me engano novamente,
me corrija se eu estiver errado, a 2001 com 500 mil assentamentos e mais alguma
coisa, vamos supor que se tenham feito 90 mil, cem mil
famílias [em 2002], então a
diferença, se você me permite dizer, é uma diferença que
você deve buscar não existir".
A pesquisa apontou
328.825 famílias até 2001.
Apesar dos comentários, o
deputado federal disse não
estar em condições de "bater
o martelo" sobre os números: "Tenho de pegar a estatística oficial, estou praticamente um ano e meio afastado [dos assuntos do ministério]".
(FABIO SCHIVARTCHE)
Texto Anterior: Conflito agrário: FHC assentou 44% a menos do que disse Próximo Texto: Lula repete FHC e infla números da reforma agrária Índice
|