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SAIBA MAIS
Intervenção no Estado seria a 1ª desde 1964
DO ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA
A intervenção federal no
Espírito Santo, se efetivada,
seria a primeira desde 1964 e
a 13ª da história republicana,
a maioria delas realizada em
períodos não-democráticos.
O Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana
aprovou a intervenção alegando "casos de execução
sumária e arbitrária" pelo
crime organizado e "ameaças de morte a todos aqueles
que, de alguma forma, representem resistência à
atuação desenfreada do crime organizado no Estado".
A maior parte dos crimes
teria como origem a "Scuderie Detetive Le Cocq": "Uma
entidade civil sem fins lucrativos, composta principalmente por policiais e arregimentando políticos, empresários, comerciantes, autoridades, agentes públicos, advogados, membros do Judiciário e do Ministério Público". A Scuderie é apontada
como "mentora de atividades criminosas variadas, incluindo o assassinato de
marginais e homicídios de
pistolagem mediante encomenda ou mando, tendo como pano de fundo o narcotráfico, o contrabando, o tráfico ilegal de armas, o jogo
clandestino, a venda de proteção, a coação, o suborno e
a corrupção de autoridades e
agentes públicos, a sonegação, as fraudes fiscais e as negociatas para a dilapidação
do patrimônio público".
Fundada em 1965, desde
1996 o Ministério Público
tenta a dissolução judicial da
Scuderie. O processo ainda
está em tramitação.
A intervenção no Espírito
Santo teria outro caráter peculiar. Além de afastar o governador, determinaria a
saída do presidente do Legislativo, o que só ocorreu
em 1957 em Alagoas.
Base de fortes aliados do
candidato tucano José Serra,
como a candidata a vice Rita
Camata e o prefeito de Vitória e coordenador da campanha tucana, Luiz Paulo Vellozo Lucas, a maior parte
dos líderes do Estado não
entendeu o veto à intervenção do procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro. "Deu uma injeção de ânimo a quem não precisava",
diz Vellozo Lucas.
Tucanos dizem que FHC
pode ter sucumbido à pressão da ex-deputada tucana
Rose de Freitas e a do ex-ministro da Defesa Elcio Alvares, que perdeu o cargo por
acusações de envolvimento
com a máfia do Estado.
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