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PT é coerente ao propor punições, afirma cientista
DA REDAÇÃO
Ao punir os radicais, o PT é coerente ao que apresentou à sociedade na campanha de 2002.
Com a análise, o cientista político da UFMG Carlos Ranulfo rebate o principal argumento dos parlamentares ameaçados de expulsão: o de que estariam sendo coerentes às posições históricas do
PT e, principalmente, seguindo as
diretrizes da último encontro nacional, em 2001. "Vale mais um
compromisso público do que um
documento interno", defende.
Único na democracia brasileira,
o debate dos radicais só ganha fôlego porque tendências, diretrizes, disciplina partidária -fluidos na maioria dos partidos-
povoam o PT desde a fundação,
em 80, como guarda-chuva dos
progressistas de esquerda no país.
Antes fortes, as tendências internas, os "partidos dentro do
partido", convivem agora em nova relação. "A distribuição de forças leva em conta realidades regionais. Não se pode mais falar
em facções", diz Ranulfo.
Para Benedito Tadeu César,
cientista político da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, a
redistribuição de poderes, que levou a sigla mais ao centro, é resultado do aumento de filiados e do
voto direto para eleger os dirigentes da sigla. "A direção passou a
ter as características da massa votante, que se assemelhava muito
ao perfil político da sociedade." A
tendência, diz ele, é que o PT "se
coesione" ao centro e que os "radicalmente à esquerda ou à direita" se diluam ou sejam excluídos.
Rachel Meneguello, cientista
política da Unicamp, autora de
"PT - a formação de um partido",
diz que a divisão é agravada no
governo federal: "A pressão de interesses é bem maior, e passa agora diretamente pela dinâmica do
Congresso".
(FM e VA)
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