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OUTRO LADO
Auditor fiscal diz estar surpreso por seu nome ter sido citado
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não tenho nada a temer", diz o
auditor fiscal Carlos Roberto Fujihara. "Foi uma surpresa ver o
meu nome envolvido nas gravações. É uma atitude lamentável
porque não tenho nenhuma relação com os fatos. Na verdade, desconheço completamente o assunto tratado", afirma o auditor.
Fujihara diz que está há 19 anos
na Receita Federal, trabalha normalmente e em nenhum momento esteve afastado do órgão.
"Meu processo [na Justiça Federal] foi há 12 ou 13 anos", diz, alegando não relembrar detalhes. "A
coisa acaba esquecida", diz.
Fujihara afirma que não mantém relações com Norma Cunha,
ex-mulher do juiz João Carlos da
Rocha Mattos. "A Norma foi colega de serviço. Depois que ela se
aposentou, nunca mais a vi", diz.
Fujihara diz que não trabalhou
com a irmã de Rocha Mattos.
Sobre a sindicância interna, diz:
"Estou fornecendo todos os dados e estou aguardando". "Não
conheço esse senhor", diz, referindo-se ao desembargador Roberto Haddad, a quem teria ajudado, fornecendo documentos
privativos da Receita.
O advogado Luiz Noboru Sakaue, que defende Fujihara, diz
que o Ministério Público Federal
concordou com a extinção da punibilidade do auditor. "Houve o
pagamento de tributos, peguei
dois pareceres de juristas, eles
concordaram que esse pagamento beneficiaria o meu cliente."
Sakaue nega que Rocha Mattos
tenha engavetado o processo para
favorecer Fujihara e que o auditor
estivesse com US$ 300 mil quando foi preso em flagrante.
O advogado diz que, nas gravações, Rocha Mattos, "em vez de
dizer o nome do outro advogado,
acabou citando o primeiro nome
que lhe veio à cabeça: Fujihara".
O advogado Lindemberg da
Mota Silveira, 64, diz que seu relacionamento com Fujihara ficou
circunscrito a um processo administrativo no Distrito Federal. "É
outro assunto, não trata absolutamente do caso Anaconda."
"No caso do [Cláudio] Maldonado, não tem absolutamente nada a ver com a Anaconda."
Diz que não sabe por que o seu
nome foi citado na CPI do Combustível. "Fui apenas advogado da
Xereta [indústria de bebidas, um
dos réus na ação criminal]."
Silveira diz que conversou com
Ari Natalino apenas uma vez. "Ele
tinha uma distribuidora de gás,
foi assunto profissional."
O advogado diz que esteve uma
única vez com o juiz Rocha Mattos, quando era subprocurador da
Fazenda Nacional e o juiz respondia pela distribuição de processos.
"Ele foi muito gentil. Só isso."
"O corrupto deve ser exemplarmente punido. Mas vejo com profunda preocupação o denuncismo que se instalou no país e que
leva a enlamear o nome de terceiros", afirma.
A Folha não conseguiu localizar
a ex-auditora Vera Cecília Vieira
de Moraes. O corregedor da Receita Federal, Jorge David, se encontrava em viagem.
(FV)
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