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SAIBA MAIS
Governo reforçou repressão após a edição do AI-5
DA REPORTAGEM LOCAL
O início dos anos 70 foi um
dos períodos mais conturbados
da história do país. Em 13 de dezembro de 1968, o presidente
Costa e Silva editou o AI-5 (Ato
Institucional nº 5), dando início
à fase mais dura do regime militar. O AI-5 autorizava o presidente a decretar o recesso do
Congresso Nacional, decretar
intervenção em Estados e municípios, cassar mandatos e suspender direitos políticos, demitir e aposentar funcionários.
Os grupos de esquerda reagiram intensificando as ações armadas (a mais conhecida foi o
sequestro do embaixador dos
EUA, Charles Burke Elbrick, em
4 de setembro de 1969).
O governo militar reforçou
então seus aparelhos repressivos. Em 29 de junho de 1969, o
então comandante do 2º Exército, general Canavarro Pereira,
criou a Oban (Operação Bandeirantes), com o apoio da Secretaria de Segurança Pública
do governo Abreu Sodré.
A Oban era uma organização
paramilitar formada oficiais militares e da atual Polícia Militar
de São Paulo, e sustentada por
contribuições de empresários.
Instalada no 36º Distrito Policial, na rua Tutóia, em São Paulo, a Oban logo se tornou o mais
conhecido centro de torturas do
país. Em setembro de 1970, por
um decreto do presidente Emílio Médici, a Oban foi incorporada ao organograma legal sob a
denominação de Doi/Codi
(Destacamento de Operações
de Informações -Centro de
Operações de Defesa Interna).
A nova estrutura repressiva
obteve pleno êxito e desarticulou todas as organizações guerrilheiras: em novembro de 1969,
foi morto Carlos Marighella, líder da ALN (Aliança Libertadora Nacional). Em janeiro de
1970, Mário Alves, líder do
PCBR, foi preso e morreu sob
tortura. Carlos Lamarca, do
MR-8, foi assassinado em setembro de 1971.
"O regime militar iniciou várias operações encobertas, pouco conhecidas. A Tarrafa é uma
delas", declarou o sociólogo Octavio Ianni.
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