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CASO CC-5
Diretor-geral questionou o responsável pelo caso em Nova York
Carta dos EUA provoca atrito na PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ofício do Departamento de
Justiça do governo americano
com críticas à investigação do
Brasil sobre as operações suspeitas no Banestado de Nova York
provocou um choque entre o diretor-geral da Polícia Federal,
Paulo Lacerda, e o responsável
pela apuração em Nova York, o
delegado José Castilho.
Em carta, o procurador Michael
Burke criticou falta de dados específicos (veja texto na página 16).
Lacerda, numa carta áspera, pediu esclarecimentos a Castilho
-hoje afastado das investigações, cedido ao Ministério Público Federal e trabalhando com o
procurador Luiz Francisco de
Souza. Lacerda põe em dúvida a
serenidade de Castilho no decorrer da apuração.
Em carta de 34 páginas, datada
de 2 de junho, Castilho respondeu
ter procedido "dentro das leis
americanas". Ele anexou ofício de
procuradores do distrito de Nova
York com elogios à sua conduta e
com um convite para prestar depoimento em um caso conduzido
nos EUA.
Castilho justifica a falta de documentos para embasar o pedido de
quebra de sigilo de contas pelo fato de não presidir o inquérito-mãe, que corre em Foz do Iguaçu
(PR). "Sem o acesso aos elementos de prova contidos no inquérito 207/ 98, que tramita em segredo de Justiça, não me foi possível
fornecer a base factual específica
necessária (...) dos subsequentes
pedidos de assistência judiciária,
gerando, então, a dissonância sinalizada pelo teor da referida carta", escreveu.
O delegado da PF afirma que
"não se pode, sob pena de injustiça, supervalorizar o conteúdo
dessa carta técnica de serviço,
transformando-a num incidente
diplomático inexistente, pois isso
desmereceria e desacreditaria" os
trabalhos da sua equipe.
Sobre sua serenidade, Castilho
atribui à "serenidade coletiva" a
"manutenção secular da cultura
da desonestidade e da corrupção
desde o descobrimento do Brasil". Ele disse preferir "a impetuosidade dos revolucionários".
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