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TRANSIÇÃO
Eleito deputado federal pelo PSDB, futuro presidente do Banco Central tirou do próprio bolso R$ 887 mil na eleição
Meirelles financiou a própria campanha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado eleito Henrique
Meirelles (PSDB-GO), indicado
para a presidência do Banco Central no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, financiou quase a totalidade da sua própria campanha,
tirando do bolso R$ 887 mil para
assegurar um mandato a que agora terá de renunciar.
Meirelles fez uma campanha cara, com equipe de televisão própria e viagens por todo o Estado,
de carro ou de avião.
Chegou a realizar um show com
a dupla sertaneja Rick e Renner
em Goiânia. O resultado foi uma
enxurrada de 183.046 votos. Concentrou parte da votação em
Goiânia, onde fez mais de 58 mil
votos, e em Anápolis, mas teve votação pulverizada pelo Estado,
deixando de ter votos em apenas
dois municípios.
A sua campanha foi concentrada inicialmente nos chamados
formadores de opinião, como estudantes universitários e integrantes da classe média, por meio
de palestras, reuniões e caminhadas. Depois, partiu para a busca
de votos na periferia das maiores
cidades, onde também foi bem
votado.
Doações
O futuro presidente do BC fez
seis doações para a própria campanha, com valores entre R$ 100
mil e R$ 217,05 mil.
Recebeu apenas mais duas doações na campanha, no valor de R$
15 mil cada uma, da Ultrafértil e
da Fertilizantes Fosfatados, totalizando o custo da sua campanha
em R$ 917 mil.
A legislação eleitoral não proíbe
que um candidato faça doações
para si mesmo nem impõe limites
para essas doações.
Para assumir a presidência do
Banco Central, Meirelles terá que
renunciar ao mandato que acaba
de assegurar pelo voto. Ele anunciou que também vai se desligar
do PSDB, partido que fará oposição a Lula e ao qual se filiou pouco
antes de lançar sua candidatura.
O presidente nacional do PL,
deputado Valdemar Costa Neto
(SP), chegou a tentar o ingresso
do deputado eleito no seu partido.
O futuro presidente do Banco
Central repete procedimento do
vice-presidente eleito, José Alencar (PL-MG), que doou R$ 3,8 milhões para a sua própria campanha ao Senado em 1998. Naquele
mesmo ano, o deputado Ronaldo
Cezar Coelho (PSDB-RJ), doou
R$ 1,79 milhão para a própria
campanha. Foi a campanha mais
cara para a Câmara dos Deputados.
Nas eleições deste ano, a Coteminas -empresa de José de
Alencar- fez a maior doação individual para a campanha de Lula: R$ 2,3 milhões.
(LUCIO VAZ)
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