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Família agora move ação judicial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vem de 1997 o relacionamento
comercial da família Vasconcelos
Bonfim com a Coteminas. Os negócios caminharam bem até 2000.
Começaram a desandar em 2001.
Azedaram de vez em 2002. Os
Bonfim foram à breca.
Convencido de que a Coteminas ajudou a erigir o cadafalso em
que se encontra, o patriarca Carlos Newton Vasconcelos Bonfim
decidiu expor os subterrâneos de
seus negócios com a empresa do
vice-presidente eleito, José Alencar. Fez chegar ao tucanato um
dossiê contra a Coteminas. Em 28
de novembro, o deputado Alberto
Goldman (PSDB-SP) enviou a papelada à Corregedoria Geral da
União. Na última terça, abriu-se
um processo investigatório.
Os Bonfim também movem
ação judicial contra a Coteminas.
Corre, desde julho, em Rondonópolis (MT). O texto da ação fala
abertamente em aquisição "fictícia" de algodão pela Coteminas
em leilões da Conab.
Ao detalhar o "ilícito", a ação
anota que a Coteminas "já era
proprietária do algodão no momento do leilão". A própria família Bonfim o havia vendido.
O produto foi a leilão, diz a ação,
por "exigência" da Coteminas,
"para obter os prêmios pagos pelo
governo."
Os Bonfim alegam que, passado
o leilão, suas firmas "(...) eram
obrigadas a devolver (à Coteminas) os valores que lhes foram pagos pela compra do algodão (...)"
Pior: tinham de assumir "as despesas oriundas da operação", ficando a Coteminas "com os cofres recheados dos prêmios que
indevidamente recebeu".
Na prática, os Bonfim se autoincriminam. Confessam-se cúmplices da manobra que denunciam.
Coisa de quem está no limite. A
ruína das empresas da família foi
ao papel em 24 de janeiro de 2002.
Na forma de confissão de dívida:
R$ 8,1 milhões, referentes a algodão vendido e não entregue à Coteminas.
No documento, os Bonfim arrendam duas fazendas de algodão
à Coteminas, que se compromete
a destinar metade do lucro líquido à amortização da dívida da família. Arrependidos, os Bonfim
foram à Justiça, que, em decisão
liminar (provisória), devolveu-lhes a posse das fazendas.
A Coteminas tenta levar o caso
para Belo Horizonte, foro previsto na escritura de confissão de dívida.
(JS)
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