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"Para ganhar eleição tem que gastar"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador eleito de Mato
Grosso, Blairo Maggi (PPS), que
bancou 65% de sua campanha e
teve a terceira maior arrecadação
de todos os candidatos aos governos estaduais, disse que a razão da
sua receita ter superado à média é
que os outros teriam omitido
contribuições recebidas.
"Eu fui o único que falou a verdade. Fiz uma campanha transparente. Declarei o que arrecadei.
Para ganhar eleição tem que gastar dinheiro mesmo."
Sobre a injeção de dinheiro de
empresas da família e o uso de recursos próprios, ele disse que obedece a legislação eleitoral. Para esse tipo de situação, não há limite
estabelecido.
Derrotado por Maggi, o senador Antero Paes de Barros
(PSDB) afirmou que a campanha
do adversário foi "um escândalo"
em relação aos gastos.
De acordo com Barros, o governador eleito pode ter gasto na verdade US$ 12 milhões e não R$ 12
milhões, ou seja, mais de três vezes o valor declarado à Justiça
Eleitoral. "Não tinha como combater", afirma.
Denúncias
Barros disse ter recebido denúncia de eleitores sobre a suposta oferta de dez litros de combustível por dia para cada carro cadastrado na campanha do candidato do PPS.
As contas da campanha do governador eleito revelam que ele
gastou R$ 860 mil com abastecimento de automóveis. Maggi reage a essa acusação afirmando que
o seu concorrente é que teria adotado essa prática.
O senador afirma que só há uma
saída para equilibrar as disputas
eleitorais: o financiamento exclusivamente público das campanhas, com punições severas às
pessoas e às empresas que fizessem doações ou aos candidatos
que as recebessem.
O debate sobre o financiamento
público se arrasta há anos no
Congresso, mas a proposta sofre
resistências por causa do alto custo para os cofres da União.
Estima-se que as eleições gerais,
em que são eleitos presidente da
República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais, implicariam uma despesa
de R$ 700 milhões -cerca de R$
7,00 por eleitor.
Limite de doação
Pela legislação eleitoral, cada
um pode gastar até o limite que tiver declarado no momento do registro da sua candidatura.
Não existe teto para a utilização
de recursos próprios. As contas
têm que ser prestadas até 30 dias
depois da eleição.
O dinheiro arrecadado na campanha tem que ser lançado em
conta do comitê financeiro ou do
candidato.
(LUCIO VAZ E SILVANA DE FREITAS)
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