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Avanço petista irrita aliados nos Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
O avanço do PT sobre os cargos
federais nos Estados incomoda os
aliados do governo, que em geral
têm de recorrer ao Palácio do Planalto para assegurar uma fatia
maior na partilha. O caso mais
eloquente ocorreu em Alagoas,
mas situações semelhantes se repetem por todo o país.
Ao fazer a partilha dos cargos, o
PT de Alagoas reservou para o
PSB, partido que governa o Estado, uma diretoria do Dnocs (Departamento Nacional de Obras
Contra a Seca). Sentindo-se desrespeitado, o governador Ronaldo Lessa recusou o cargo. O PSB
foi bater às portas de José Dirceu
(Casa Civil) e do secretário de Organização do PT, Sílvio Pereira.
A pressão deu resultado. Quinta-feira o PT enviou uma lista ao
PSB alagoano com 16 cargos em
11 órgãos federais no Estado.
"Saiu da esfera local, o clima mudou. O Lula e o José Dirceu estão
conduzindo tudo isso com bom
senso", diz Lessa. Para o governador alagoano, a mudança no critério do preenchimento dos cargos por meio do diretório regional do PT favorece o paroquialismo e complica a negociação.
Problema parecido com o de
Lessa é vivido pela governadora
do Rio Grande do Norte, Vilma
Maia (PSB), que se sente excluída
do processo. Mas o presidente regional do PT, Fernando Mineiro,
diz que até agora o PT só conseguiu nomear efetivamente o delegado Regional do Trabalho. "O
que eu posso fazer é chorar junto
com a governadora", diz.
No Espírito Santo, o governador
Paulo Hartung, do PSB, resolveu
não entrar na disputa, mas o partido está se engalfinhando com o
PT pela direção da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
O presidente do PT do Ceará,
José Airton, é um caso raro de petista derrotado na eleição para o
governo estadual que ficou no sereno. O problema é que o PPS tem
um líder forte no Estado: Ciro Gomes, ministro da Integração Nacional. O PT queria comandar o
Dnocs, mas perdeu o cargo para
um ex-integrante do PSB que
apoiou Lula desde o primeiro turno. Passou a contentar-se com diretorias do órgão, mas duas delas
já foram ocupadas pelo PPS.
No Distrito Federal, a queixa é
interna: os parlamentares do PT
reclamam que o ministro Cristovam Buarque (Educação) deu
preferência aos acadêmicos da
UnB (Universidade de Brasília),
preterindo-os nos principais cargos do ministério.
(OC, LV E RC)
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