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CONVENÇÃO PSDB
Campanha de tucano investirá agora no Nordeste, região em que a candidatura governista é mais vulnerável
PSDB oficializa Serra em ritmo de forró
RAYMUNDO COSTA
LUIZA DAMÉ
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após intensa disputa interna, o
PSDB realizou ontem sua convenção nacional para oficializar a
candidatura de José Serra à Presidência. Votaram 447 dos 800 convencionais. Do total, 440 votaram
a favor da candidatura de José
Serra, 433 disseram sim à coligação com o PMDB e 427 foram a
favor da indicação de Rita Camata
para vice.
Em discurso, o presidente FHC
disse que "mudança com firmeza
e segurança se chama José Serra".
O evento ocorreu em ritmo de
forró. Não foi por acaso: o tucano
começará a campanha por Pernambuco, Estado no qual quatro
dos cinco partidos governistas,
PSDB, PMDB, PFL e PPB, estão
juntos na eleição.
O Nordeste também é a região
em que a candidatura Serra é mais
vulnerável, de acordo com as pesquisas. Serra ainda espera juntar
esses partidos na maioria dos Estados. Ele estima que já dispõe do
apoio informal de mais de 70% do
PFL, apesar de o presidente do
partido, senador licenciado Jorge
Bornhausen (SC), contestar esse
percentual.
Se for para o segundo turno
com o petista Luiz Inácio Lula da
Silva, o tucano tem como certa a
adesão de todo o PFL. "Estamos
construindo a convergência em
torno de uma candidatura e a
maioria para governar", afirmou
o presidente do PSDB, deputado
José Aníbal (SP).
Ainda na condição de pré-candidato, Serra chegou à convenção
às 12h13, acompanhado da mulher, Mônica. Uma cena rara. Discreta, ela não costuma participar
de eventos políticos. O presidente
Fernando Henrique Cardoso chegou logo depois com a mulher,
Ruth. A viúva do ministro Sérgio
Motta, Wilma, ganhou lugar de
destaque no palanque.
Cerca de 10 mil pessoas, entre
convencionais e militantes, participaram da convenção tucana.
Além do show de forró do grupo
"Falamansa", que abriu a parte
festiva, houve ainda apresentações dos sertanejos Leonardo e da
dupla Pedro e Tiago. A convenção
também reuniu antigos ministros
do governo FHC.
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas, em
franca ofensiva contra o Ministério Público Federal, que tenta acusá-lo de tráfico de influência, circulava com desenvoltura entre os
convencionais. Clóvis Carvalho,
ex-chefe da Casa Civil, também
apareceu, assim como antigos desafetos políticos de Serra, como o
ministro Paulo Renato Souza
(Educação) e o ex-governador do
Ceará Tasso Jereissati.
"O partido chega unido em torno de Serra. É o melhor candidato. Tem conhecimento de economia e sensibilidade social", disse
Paulo Renato. "Agora é hora de o
Serra ir para a rua fazer campanha. Vou me empenhar na campanha", afirmou Tasso.
Embora o comando de campanha de Serra não conte com o empenho de Tasso no Ceará, por
acreditar que ele apoiará o amigo
Ciro Gomes (PPS), o ex-governador fez juras de fidelidade ao candidato do PSDB: "O partido está
coeso em torno de Serra. Divergências fazem parte do processo
eleitoral, da democracia". "A partir da convenção nós estamos entrando em guerra", afirmou.
Os tucanos fizeram sua convenção no ginásio Nilson Nelson, no
lado oeste de Brasília, mas estavam com as atenções todas voltadas para o lado leste, no Congresso, onde o PMDB também estava
reunido para homologar a aliança
entre as duas siglas, tendo a deputada federal Rita Camata (ES) como candidata a vice.
O discurso do tucano paulista
João Câmara causou constrangimento na cúpula do PSDB. Ele
criticou o eventual acordo do
PSDB do Maranhão com a família
Sarney e apresentou uma moção
contra a negociação. "O Sarney
[ex-presidente José Sarney" coloca o filho [deputado Sarney Filho"
para fazer o meio de campo e fica
negociando por baixo dos panos
com os dissidentes do PMDB."
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