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"Vamos ter de controlar isso", diz parlamentar
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente da Comissão de
Fiscalização e Controle da Câmara, Simão Sessim (PP-RJ), disse
que "cinco ou seis" CNEs lotados
em sua comissão na verdade trabalham para a liderança do PP.
Mas adiantou que ordenará o retorno de todos os assessores que
não estão na comissão.
(RV)
Folha - Há uma lista de 12 CNEs
lotados na comissão que o sr. preside. Quantos deles trabalham realmente no órgão?
Simão Sessim - Essa parte está
toda com o presidente da Câmara
[João Paulo Cunha]. É ele que está
responsável por isso. Todos os
que estão subordinados a nós [à
comissão], de alguma forma, estão trabalhando. Não tem ninguém que não esteja trabalhando.
Folha - Nos gabinetes?
Sessim - Eu queria que você entendesse o seguinte: nós estamos
obedecendo a todas as determinações do presidente da Casa.
Folha - O sr. não acha curioso não
controlar o número de assessores
da comissão que o sr. preside?
Sessim - Não, eu não tenho controle. Isso é feito pela parte administrativa. O que eu quero que você diga aí é o seguinte: nós estamos obedecendo às determinações do presidente da Casa.
Folha - E quais foram elas?
Sessim - Que nós loteássemos de
acordo com os interesses da comissão, dos deputados da comissão e, consequentemente, [ceder]
alguns à liderança do partido
[PP].
Folha - Outros presidentes de comissão sabem dizer quantos CNEs
servem aos órgãos. O sr. não sabe
mesmo dizer?
Sessim - Eu não sei. Preciso de
um tempo para ver isso. Mas
diante disso que você está colocando, vamos ter de passar a controlar isso, chamar todo mundo.
Diante desse alerta, vamos chamar todo mundo. Eu não tenho
interesse nenhum nisso. Estamos
obedecendo às contratações que o
presidente da Câmara definiu
com a nossa liderança.
Folha - Quer dizer que os cargos
da comissão não pertencem só à
comissão?
Sessim - Pertencem também ao
partido. Isso precisa ser dito. Dessa lista que você tem, alguns funcionários estão à disposição, estão
lotados na liderança do partido.
Folha - Nem em linhas gerais o sr.
sabe dizer quantos trabalham para
a comissão e quantos trabalham
para outros locais?
Sessim - Lá [na comissão] devem ter dois ou três. Cinco ou seis
devem estar na liderança, fazendo
trabalhos para o partido. A liderança é que controla onde está esse pessoal. Mas não só eu abri
mão dos funcionários. Todas as
comissões entregam os cargos aos
partidos. Os partidos é que farão a
distribuição. Mas eu farei uma
coisa: vou chamar todo mundo
pra trabalhar, acabar com isso. Inclusive os que estão na liderança.
Folha - Acabar com isso, o quê?
Sessim - Com esse desvio. Tentar
recuperar isso. A comissão foi dada ao partido e não a mim. Eu fui
escolhido pelo partido, que fez a
distribuição dessa gente.
Folha - Esses servidores não fazem falta para os trabalhos da comissão?
Sessim - A gente tem outros funcionários ajudando, cedidos por
outros colegas, que não têm nada
a ver, mas estão ajudando.
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