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PARTIDO AO MEIO
Em encontro do Diretório Nacional do PT, maioria aprova política econômica adotada por equipe de Lula
Genoino cobra ações emergenciais contra o desemprego no país
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem que o
partido adotará uma "postura de
defesa ofensiva do governo do PT
e do governo do presidente Lula".
Ao mesmo tempo disse que há a
"necessidade de [o governo federal adotar] algumas medidas
emergenciais diante do problema
grave do desemprego". E ressalvou: "mas é o governo quem vai
definir as medidas, não o PT".
As declarações foram feitas durante o encontro do Diretório Nacional do partido, ocorrido em
São Paulo e que termina hoje.
As frases de Genoino refletem
os debates que ocorrem no partido. Ao mesmo tempo que quer
defender o governo, ressente-se
da adoção de uma política econômica menos ortodoxa e mais afinada com as suas teses históricas.
Na reunião, o campo majoritário, tendência que controla o diretório do partido e que abriga o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Dirceu (Casa
Civil), apresentou e aprovou um
texto-base que faz uma ampla defesa da política econômica promovida pela equipe do ministro
Antonio Palocci (Fazenda). As
tendências de esquerda, porém,
tentariam ainda ontem aprovar
algumas emendas.
Em março, a Executiva do PT
causou polêmica em Brasília ao
divulgar um texto intitulado "Em
defesa do patrimônio ético do
PT". No texto, cobrava mudanças
que viabilizassem a adoção de
programas sociais e o crescimento da economia, que encolheu
0,2% em 2003. A oposição (PSDB
e PFL), por sua vez, passou a defender a política econômica e acusou setores da própria base aliada
de tentar desestabilizar Palocci.
Articulação
A resolução da tese-guia determina a importância de "articular
a defesa do PT e do nosso governo, com o objetivo de reforçar o
nosso projeto de mudanças estratégicas para o país, defendendo as
realizações do governo Lula, frente à realidade em que governamos
e às dificuldades encontradas".
O texto prossegue afirmando
que "essa iniciativa do partido deve se realizar em todas as frentes
de atuação, em plenárias e seminários de filiados, em todos os diretórios municipais e zonais, em
reuniões com os diversos segmentos da opinião pública, bem
como os parlamentares e o movimento sindical e popular".
Para Genoino, o governo tem
rumo. "Temos de nos comportar
como partido de governo". No
encontro, a esquerda apresentou
documento no qual pede, entre
outras coisas, o estabelecimento
do salário mínimo em R$ 300, e a
redução do superávit primário.
Esse texto obteve 21 votos, contra
43 do apresentado pelo do grupo
majoritária.
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