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Especialistas não possuem novas receitas
DO COLUNISTA DA FOLHA
Parece evidente que, em boa
medida, a paciência externa com
Lula se deve ao fato de que os estudiosos estrangeiros têm plena
consciência de que não se inventou ainda uma fórmula que permita fugir da ortodoxia predominante desde os anos 90 sem quebrar a estabilidade no percurso.
Diz Scott Mainwaring, diretor
do Instituto Kellog para Estudos
Internacionais, da Universidade
Notre Dame (EUA): "A questão
crucial é como conseguir essas
duas metas [estabilidade e crescimento]. Nos anos 90, a importância do Estado para obter crescimento econômico e desenvolver
políticas sociais adequadas foi
gravemente subestimada por algumas instituições".
Reforça Olivier Dabène (Ceri,
França): "O Consenso de Washington é criticado agora até por
seus promotores iniciais, mas ainda não emergiu um consenso alternativo". Consenso de Washington é o nome como ficou conhecido o receituário dito neoliberal que recomendava privatizações, redução do Estado, liberalização da economia.
Christine Kearney (Universidade Brown) mostra, porém, um
otimismo quase macunaímico.
Diz que "o neoliberalismo foi submetido à antropofagia. Os responsáveis brasileiros por políticas
consumiram idéias neoliberais e,
no processo, as brasileirizaram".
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