São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Especialistas não possuem novas receitas

DO COLUNISTA DA FOLHA

Parece evidente que, em boa medida, a paciência externa com Lula se deve ao fato de que os estudiosos estrangeiros têm plena consciência de que não se inventou ainda uma fórmula que permita fugir da ortodoxia predominante desde os anos 90 sem quebrar a estabilidade no percurso.
Diz Scott Mainwaring, diretor do Instituto Kellog para Estudos Internacionais, da Universidade Notre Dame (EUA): "A questão crucial é como conseguir essas duas metas [estabilidade e crescimento]. Nos anos 90, a importância do Estado para obter crescimento econômico e desenvolver políticas sociais adequadas foi gravemente subestimada por algumas instituições".
Reforça Olivier Dabène (Ceri, França): "O Consenso de Washington é criticado agora até por seus promotores iniciais, mas ainda não emergiu um consenso alternativo". Consenso de Washington é o nome como ficou conhecido o receituário dito neoliberal que recomendava privatizações, redução do Estado, liberalização da economia.
Christine Kearney (Universidade Brown) mostra, porém, um otimismo quase macunaímico. Diz que "o neoliberalismo foi submetido à antropofagia. Os responsáveis brasileiros por políticas consumiram idéias neoliberais e, no processo, as brasileirizaram".


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