DO COLUNISTA DA FOLHA

Riordan Roett, diretor de Estudos de Hemisfério Ocidental da John Hopkins School, dos EUA, foi o único dos ouvidos pela Folha que passou atestado de sucesso absoluto para Lula: "Não há dúvida de que o primeiro ano do governo Lula foi um sucesso. Sua coalizão foi capaz de aprovar legislação que havia escapado ao governo Fernando Henrique. Manteve unida uma coalizão parlamentar que foi eficiente".
Mas até ele admite que "houve pouco progresso na agenda social", e diz que "o futuro não será mais luminoso, a menos que o Brasil consiga crescer na faixa de 6% a 7% por ano" (a previsão para este ano é de 3,5%).
Para obter tal crescimento, "a resposta é eliminar o custo Brasil". Completa: "A fórmula não é fazer magia negra. E, sim, educação e saúde para criar uma força de trabalho competitiva. Adicionar valor às exportações para conquistar novos nichos no mercado internacional. Incentivos para aumentar o nível de poupança interna".
Já David Lehman (Cambridge) teme que se forme em torno de Lula a mesma obsessão que diz ter notado em relação a FHC. "Foi demonizado como esquerdista traidor, o que passava do racional. Agora, há o risco de que ocorra a mesma coisa com Lula. É ridículo". (CR)


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