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TODA MÍDIA
Diamantes
NELSON DE SÁ
A Globo News entrou com
a história à meia-noite:
- Corpos de garimpeiros são
encontrados em Rondônia.
O que na semana havia soado
como fantasia de garimpeiros
ganhava contorno de chacina,
com dezenas de corpos.
Para a Globo News, "é um dos
maiores massacres da região,
onde garimpeiros e índios estão
em conflito por causa de jazidas
de diamante na reserva, as
maiores do Brasil".
A informação foi da Polícia
Militar de Rondônia. De manhã,
a Polícia Federal não acreditava,
ainda. Na estatal Agência Brasil,
o superintendente da PF em
Rondônia tratava a notícia por
"especulação":
- A PM não tem autorização
para atuar na área.
Não era especulação, como a
Funai afirmou depois, na Globo,
dizendo ter encontrado "por
volta de 20" corpos.
A emissora reafirmou que por
trás do conflito está a "disputa
por uma mina de diamantes
descoberta em 2001".
Agências registraram que, se
por um lado os garimpeiros
atuam ilegalmente na reserva,
por outro existem caciques que
enriqueceram cobrando pelo
acesso aos diamantes.
Na semana, jornais de todo o
mundo deram a informação dos
garimpeiros de que até 35 deles
teriam morrido, mas também a
notícia da tortura de um índio
pelos garimpeiros.
Sites ambientalistas foram
além e responsabilizaram Lula.
Do Oneworld.net:
- Violência explode no Brasil
enquanto o governo Lula trai os
povos indígenas.
Para a ONG Survival Int., em
declaração registrada pela BBC
Brasil e por vários sites:
- Apesar de compromissos
claros na campanha eleitoral, de
defender os direitos dos índios,
Lula não enfrentou problemas
graves que agora levam a uma
explosão dos confrontos.
Mas a Survival não cedeu,
quanto aos índios. Os mesmos
garimpeiros mortos seriam
"responsáveis pelo assassinato
de muitos índios cinta-larga em
2003, na reserva".
E o índio torturado só estaria
vivo por causa da "intervenção
da polícia".
Às vésperas do Dia do Índio,
correm pelo mundo notícias em
favor dos indígenas brasileiros.
O "Washington Post" publicou
uma extensa reportagem sobre
o suicídio dos kaiowás.
Relatou o mais recente deles,
de Jaqueline, 13:
- Ela brincava com o irmão
bebê, cantava enquanto lavava
os pratos. Mas então, antes do
meio-dia, Jaqueline subiu em
sua cama, prendeu uma corda
de nylon no teto e em volta do
pescoço. E pulou.
O suicídio recorrente dos
kaiowás, segundo o jornal, se
deve à tomada de suas terras por
posseiros.
SOLDADO BUSH
George W. Bush nunca foi a uma guerra, mas já pode
dizer que pegou em armas, pelo menos virtualmente. O
site miniclip.com, apoiado por comerciais republicanos,
tem como destaque o game "Bush Shoot-Out". A fase
inicial traz o presidente sozinho na Casa Branca,
reagindo com metralhadora à invasão por terroristas.
A publicidade de sua campanha, que surge colada ao
game, como destacou o "Washington Post", mostra o
democrata John Kerry supostamente defendendo
"abandonar os soldados" dos Estados Unidos no Iraque.
Nova Jersey
A revista "Época" encontrou a
ex-ministra Benedita da Silva
em Nova Jersey (EUA), onde ela
estuda inglês e fala a grupos
evangélicos locais. Sobre o caso
Waldomiro, declarou:
- Acho que está tudo muito
esclarecido, principalmente no
que diz respeito a mim. Ele já era
do quadro do governo (do Rio,
quando ela assumiu). O assunto
está encerrado.
Não caiu
A revista "Veja" diz que uma
pesquisa feita na última semana
mostra que, "pela primeira vez
desde janeiro, a popularidade do
presidente Lula não caiu".
Plano de ataque
A agência Associated Press, na
sexta, estragou a festa que o
"Washington Post" e a rede CBS
haviam preparado para hoje,
para o novo livro do jornalista
Bob Woodward (de Watergate)
sobre George W. Bush, "Plan of
Attack", plano de ataque.
O "Post" correu para adiantar,
ontem, trechos do livro. E a CBS
deu na sexta partes da entrevista
de Woodward ao "60 Minutes",
que vai ao ar hoje.
Mas a AP já tinha informado
ao mundo a revelação que mais
importava -que Bush pediu
um plano de invasão do Iraque
logo após o 11/9 e que o esforço
diplomático na ONU não teria
passado de jogo de cena.
Conspiração
A oferta da União Européia ao
Mercosul, de favorecimento na
compra de produtos agrícolas,
abriu uma barragem de pressões
ainda não muito claras.
O "Financial Times" atacou,
em reportagens e editorial. Em
seguida, reportagens e editorial
da revista "The Economist"
ecoaram que é golpe da UE para
manter seus subsídios agrícolas
nas negociações da Organização
Mundial do Comércio.
Para a revista, "o Mercosul
conspira com a UE".
Propostas
Segundo a Agência Brasil, as
propostas de UE e Mercosul vão
ser apresentadas publicamente
hoje, em Buenos Aires.
Reação
Os EUA reagiram às conversas
UE/Mercosul convidando Brasil
e outros para retomar em nível
ministerial as negociações sobre
produtos agrícolas na OMC.
Segundo o indiano "Economic
Times", a Índia avisou que será
difícil comparecer. Já a África do
Sul confirmou presença, diz o
sul-africano "Business Day".
A Índia vem aí
O indiano Deepikaglobal.com
noticiou que em junho chega ao
Brasil "missão de alto nível" da
Índia, para ver "oportunidades
comerciais e industriais".
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