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GOVERNO EM DISPUTA
Desenvolvimento é meta de novo órgão
Dirceu vai presidir câmara criada por Lula, mas nega ter mais poder
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva incumbiu o ministro José
Dirceu (Casa Civil) de presidir a
Câmara de Política de Desenvolvimento Econômico, criada por
decreto publicado sexta-feira no
"Diário Oficial da União". Na prática, Lula delegou a Dirceu -ampliando seus poderes- a coordenação de ações voltados para o
desenvolvimento econômico.
Um outro decreto dá ao ministro Antonio Palocci (Fazenda) a
presidência da Câmara de Política
Econômica, que já existia desde o
governo anterior, e também reforça sua condução dos rumos da
economia do país. Palocci fica
com a política macroeconômica.
Os decretos publicados ontem
procuram evitar choque de funções entre Dirceu e Palocci. Ambos negam divergências quanto à
condução da política econômica,
mas, nos bastidores, Dirceu se alinha com os defensores da redução dos juros e da retomada do
crescimento -contrários à ala
mais ortodoxa do governo.
Oficialmente, a câmara de Dirceu vai "formular políticas e estabelecer diretrizes gerais e planos
nacionais e regionais de desenvolvimento econômico, além de
coordenar e articular e acompanhar a implementação dos programas e ações voltados para o
desenvolvimento econômico".
Essa câmara será formada por
13 ministros e pelo secretário do
Conselho de Desenvolvimento
Econômico, Jaques Wagner.
O decreto cria um comitê executivo para acompanhar a execução das decisões que forem tomadas. Esse comitê será coordenado
pela assessora Miriam Belchior,
que passa a ocupar o cargo de
subchefe de articulação e monitoramento da Casa Civil.
A câmara de Palocci tem oito
ministros e tem a competência de
"formular e propor políticas econômicas". Palocci participa da câmara de Dirceu e vice-versa.
Na prática, o decreto dá a Dirceu as funções que foram delegadas a ele na reforma ministerial de
janeiro, como gerenciar políticas
microecnômicas do governo.
Ontem, em São Paulo, o ministro negou que teve seus poderes
ampliados e que vá interferir na
política econômica. "A câmara
está na Presidência e só por isso
eu a presido. Vou servir mais em
um papel de secretaria para o presidente do que presidi-la propriamente dito (...) Política econômica, é com o ministro Palocci."
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