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OUTRO LADO
Chalita diz investir em professores
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o secretário da Educação, Gabriel Chalita, o aumento
do gasto da sua pasta com viagens deve-se ao investimento
que está sendo feito nos professores. As palestras são parte
importante dessa capacitação,
diz ele. A seguir os principais
trechos da entrevista:
Folha- O sr. acha necessário
usar jatinhos e helicópteros para viagens de 100 quilômetros?
Gabriel Chalita - É permitido.
Para algumas cidades, vou de
carro, dependendo dos eventos
daqui e de lá. A FDE tem a previsibilidade estatutária de que,
em um Estado com o tamanho
e a quantidade de escolas de
São Paulo, você possa valer-se
de vários tipos de transporte.
Folha - Mas é necessário?
Chalita - Eu acho que sim.
Acho não, tenho certeza.
Quando não é, a gente vai de
carro. De repente você perde
tanto tempo de carro que poderia ter dado três palestras. E é
um momento tão importante
-resgatar a auto-estima do
professor- que eu acho que
vale a pena. Eu perguntei para
secretários daqui e de outros
Estados. É uma coisa comum.
Folha - Mesmo sem licitação?
Chalita - É, se você pegar o
mesmo preço praticado pelo
Palácio [dos Bandeirantes].
Agora já tem licitação. Abre-se
o processo de licitação e, durante esse tempo, você vai utilizando os mesmos valores pagos por outros órgãos públicos.
Folha - No entendimento do
TCE, trata-se de licitação fracionada, o que não é permitido.
Chalita - O Tribunal foi consultado [mais tarde, o secretário ligou para Folha e retificou a
afirmativa, dizendo que o órgão não fora consultado].
Folha - O valor empenhado para gastos com aeronave salta de
R$ 60 mil para R$ 668 mil comparando-se o primeiro semestre
de 2000 com o deste ano.
Chalita - Mas a Rose não saía
para visitar. Não acho relevante
essa questão num orçamento
de R$ 9 bilhões [por ano, para a
Secretaria de Educação]. Todos
os dados financeiros cresceram
nesta visão de investimento
maior em capacitação.
Folha - Numa palestra sua, em
Pindamonhangaba, o prefeito
pediu votos para o governador.
Chalita - Peço para os prefeitos não falarem nada. Não deixo nenhum candidato a deputado utilizar a palavra, a não ser
que seja o deputado da região,
de qualquer partido. Em nenhum momento peço voto para o governador. Eu não aceito
participar de nenhuma reunião
para aproveitar a viagem.
Folha - Em Taubaté, depois de
uma palestra, o senhor fez um
lançamento de livro.
Chalita - Não foi bem um lançamento. Dei palestra na Unitau e o pessoal do diretório perguntou se eles poderiam levar o
livro para vender e ficar com a
percentagem que eu ganharia.
Folha - Quando recebe convites para palestras, preocupa-se
com a filiação do anfitrião?
Chalita - Não.
Folha - Mas sua agenda registra menção ao partido do dono
da Universidade de Guarulhos.
Chalita - Ia ter uma palestra,
mas foi adiada [com a agenda].
Ah... Antonio Veronese, dono
da Universidade e presidente
do PFL de Guarulhos. Acho
que é a única faculdade que colocaram que ele é o presidente
do PFL. O convite não foi nem
dele, foi de um professor.
Folha - Sua nomeação é tida
como um grande gol pré-eleitoral do governador. Como é ser
um "embaixador" de Alckmin?
Gabriel Chalita - Os educadores não vêem isso [palestras]
como discurso pré-eleitoral. Eu
já era assim antes de ser secretário.
(GA e AM)
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