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outro lado
Defesa aponta contradições na acusação
Advogado do governador Jackson Lago (PDT) diz que "em nenhum momento" verba pública foi usada para angariar votos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares
(PSB) e a defesa do governador
Jackson Lago (PDT) rechaçam
as acusações de que recursos do
Estado foram desviados para financiar a campanha de 2006.
Desqualificam os depoimentos
das testemunhas de acusação
prestados à Justiça Eleitoral
em abril, dizendo que se tratam
de declarações contraditórias.
Procurado por meio da assessoria do governo do Maranhão,
Lago preferiu não se manifestar sobre as acusações. A alegação foi a de que a agenda do governador "estava cheia".
No governo maranhense,
ninguém cogita a possibilidade
de Lago ser cassado. "Esse processo é uma montagem. É choro dos Sarney. Eles são vingativos, não querem perder", argumenta José Reinaldo, lembrando que a eleição de 2006 representou a primeira derrota da
família Sarney em 40 anos de
política no Maranhão.
O ex-governador nega fraudes nos convênios. Questionado sobre as ilegalidades detectadas pelo TCE-MA, José Reinaldo afirma que não administrou nenhum dos convênios.
"Minhas contas foram todas
aprovadas pelo mesmo TCE",
argumentou. Ele disse que os
repasses foram maiores em
2006 porque só naquele ano as
contas do governo estavam
equilibradas e novos financiamentos puderam ser assinados.
O advogado Daniel Leite, um
dos defensores de Lago no processo do TSE, diz que não há
nenhuma prova de que recursos públicos foram usados para
beneficiar a vitória do pedetista. "Não houve compra de voto,
abuso de poder nem uso da máquina. As provas da acusação
estão lá e as da defesa também."
Para Leite, os depoimentos
das testemunhas de acusação
não refletem a verdade.
Ele classifica como "infames"
as declarações do dirigente do
PV em Olinda Nova, que disse
ter sido orientado a comprar cigarros de maconha para trocar
por votos para Lago. "A dirigente do PDT deixou claro que não
repassou dinheiro nem pediu
para que fossem comprados votos, muito menos com cigarros
de maconha", disse, completando que a defesa levou testemunhas que rebateram acusações de fraude no convênio
com uma associação de moradores de um povoado em Grajaú e isentaram a participação
de Lago no flagrante de compra
de votos em Imperatriz.
O advogado não comentou o
resultado das auditorias do
TCE, que apontou irregularidades em dezenas de convênios.
"Não tive acesso, desconheço
as irregularidades", alegou, dizendo que, em nenhum momento, verba pública foi usada
para angariar votos. "É uma ilação muito grande dizer que
houve fraude em convênios para a campanha com base na
constatação unilateral de um
órgão de controle."
(FO)
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