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RUMO A 2004
Partido deve conseguir evitar disputa interna para escolher candidato nas oito principais cidades em que governa
PT enfrentará prévias em sete capitais
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT decidirá seus candidatos a
prefeito em prévias internas em
pelo menos sete capitais, mas
conseguiu acordo de suas tendências nos maiores colégios eleitorais do país, conforme estratégia
da cúpula nacional do partido.
Nas oito capitais em que o partido governa, o PT deve conseguir
evitar a disputa interna na escolha
dos candidatos. As cidades mais
problemáticas eram Porto Alegre
e São Paulo.
"Esse negócio de PT contra PT é
um tema ultrapassado. Prévia é
um direito previsto do Estatuto,
mas o partido vai disputar as eleições unido", diz o presidente nacional da legenda, José Genoino.
No Sul, depois da divisão -e
consequente derrota eleitoral
ocorrida no ano passado- entre
os grupos de Olívio Dutra e Tarso
Genro, houve acordo em torno do
ex-prefeito Raul Pont, sem a realização de prévias.
Na capital paulista, o chamado
campo majoritário petista conseguiu impedir a realização da prévia, defendida pelas correntes de
esquerda, apesar de ainda caber
recursos internos da decisão.
Em Salvador, o líder do PT na
Câmara, Nelson Pellegrino, conseguiu o apoio à candidatura do
deputado federal Walter Pinheiro, um dos oitos suspensos das
atividades internas por não
apoiar a reforma da Previdência.
Em Belo Horizonte, o PT fechou
apoiou em torno da candidatura
do ex-prefeito Patrus Ananias. A
cidade é governada pelo petista
Fernando Pimentel, que era vice
de Célio de Castro (PSB) e assumiu a administração em 2001, em
razão de doença do titular.
Em Aracaju, o atual prefeito
Marcelo Déda será candidato à
reeleição, assim como em Recife
João Paulo tentará obter o seu segundo mandato. O prefeito de
Goiânia, Pedro Wilson, está na
mesma situação.
Apesar de os ensaios de parte do
PT de Maceió em lançar a senadora Heloísa Helena como candidata a prefeita, o deputado estadual
Paulão (Paulo Fernando dos Santos) deve ser o representante petista na disputa na capital.
Se votar contra a reforma da
Previdência, em apreciação neste
final do mês no Senado, Heloísa
Helena será expulsa do partido
em reunião do Diretório Nacional, programada para os dias 15 e
16 de novembro. Assim, com o
apoio das tendências moderadas
petistas, Paulão deverá ser o candidato, mesmo obtendo índices
inferiores aos da senadora em
pesquisas feitas até aqui.
Bittar contra Alencar
No Rio, segundo maior colégio
eleitoral entre os municípios, o
deputado federal Jorge Bittar, secretário-geral do PT, deve ter de
enfrentar Chico Alencar, parlamentar independente e um dos
oito recentemente punidos por
não votar a favor da reforma da
Previdência do governo.
Em Florianópolis, a senadora
Ideli Salvati, uma das ativas parlamentares em defesa do governo
de Luiz Inácio Lula da Silva no Senado, terá de enfrentar o ex-deputado Vânio dos Santos para obter
a candidatura ao governo.
Em Curitiba, o deputado federal
Dr. Rosinha enfrentará o deputado estadual Ângelo Vanhoni.
A situação é diferente em Fortaleza. A direção nacional do PT
gostaria de apoiar a candidatura
do líder do governo na Câmara,
Inácio Arruda (PC do B).
Mas os petistas cearenses articulam nomes como o do deputado federal José Airton e dos deputados estaduais Artur Bruno e
Luizianne Lins. A disputa no caso
será entre apoiar um nome aliado
ou lançar candidato próprio.
Deputada e secretário
Em Teresina, Estado administrado pelo PT, a disputa se coloca
entre a deputada estadual Flora
Isabel e Nazareno Fonteles, secretário da Saúde.
No Amapá, João Henrique Rodrigues Pimentel, que se elegeu
prefeito de Macapá pelo PSB, tentará a reeleição pelo PT.
A disputa com mais candidatos
deve ser a de Campo Grande, onde o PT detém o governo do Estado. O deputado federal Vander
Loubet, o deputado estadual Pedro Teruel e o vice-governador e
secretário Egon Krakhecke (Planejamento, Ciência e Tecnologia)
disputam a indicação da legenda.
Alianças
Na reunião de novembro do Diretório Nacional, será aprovada a
linha geral das alianças do partido, que priorizará acordos com
PMDB, PPS, PSB, PTB, PC do B,
PV, PL, PP e PDT. A tendência é
que alianças com PSDB e PFL sejam analisadas caso a caso.
Há setores no PT defendo a total
restrição à possibilidade de alianças com tucanos e pefelistas, hoje
os mais ferrenhos adversários do
governo Lula.
Na eleição de 2000, a Executiva
Nacional do PT impediu mais de
180 coligações municipais que envolviam partidos como PSDB,
PFL, PMDB e PPS. Só haviam sido
autorizadas alianças com os partidos mais à esquerda, como PSB,
PDT, PC do B, PCB e PV.
No caso de coligações com
PMDB e PPS, era preciso autorização dos diretórios estaduais.
E, no caso de todos os outros
partidos, era preciso aprovação
da Executiva Nacional do PT, que
rejeitou sumariamente PFL e PPB
(atual PP). Aprovou somente
pontualmente alianças com
PSDB, PMDB e PPS.
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