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CONSENSO MÍNIMO
Movimento PT e Campo Majoritário atacam pontos das reformas propostas pelo governo federal
"Governistas" se opõem à proposta de cobrança de inativos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Mesmo dentro do Campo Majoritário, grupo formado por deputados que compõem as tendências mais alinhadas ao governo,
pontos polêmicos das reformas
encontram resistência.
É o caso, por exemplo, da cobrança de contribuição de servidores inativos. Entre os deputados dessa tendência ouvidos na
pesquisa, 45% são contra e apenas
10% são a favor.
O ministro Ricardo Berzoini
(Previdência) já declarou a intenção do governo de tributar os inativos, mas a proposta ainda encontra resistência por contrariar
uma das principais bases de apoio
petista: o funcionalismo público.
O PL-9 (projeto de lei complementar nš 9) também é rejeitado
pelos petistas que formam a tropa
de choque do governo na Câmara. Apesar de o Planalto já ter descartado o projeto, a essência da
proposta seguirá valendo. Dos 31
deputados do chamado Campo
Majoritário ouvidos, 71% são
contra as propostas do PL-9, embora entre eles a maioria esteja
aberta à discussão do tema.
Também na tendência Movimento PT, há oposição a pontos
das reformas. Recém-criado, o
grupo é considerado de centro.
Propõe-se a atuar como elo de
união entre radicais e governistas.
Foram ouvidos nove deputados
dessa tendência. Entre eles, 67%
se disseram contrários à cobrança
de contribuição de inativos e à autonomia do Banco Central, enquanto 56% se disseram contrários ao PL-9.
No Movimento PT está o maior
percentual de deputados favoráveis à transformação da CPMF
em imposto permanente (78%).
Também é a maior nota média
dada ao governo Lula -8,9. A
nota varia pouco de uma tendência para outra. A média mais baixa é dada pela esquerda do PT: 8.
"É uma boa nota diante do abacaxi que o governo pegou", afirmou a deputada Fátima Bezerra
(RN), que é do Movimento PT e
deu 8 para o governo.
A pesquisa ouviu 20 deputados
da esquerda do PT. Desses, 90%
são contrários à autonomia do
Banco Central e ao PL-9; 75% são
contra a cobrança de contribuição de inativos; e 50% são favoráveis à CPMF permanente.
Nesse campo está o líder da
bancada, Nelson Pellegrino (BA).
Pertence à radical Força Socialista, que possui apenas três deputados na Câmara.
Contrário à tributação de inativos, ao PL-9 e à autonomia do BC,
o deputado quer se encontrar
com Lula para tentar demovê-lo
da intenção de propor a contribuição aos inativos.
Apesar de elogiar a condução
econômica, diplomática e social
do governo, ele deu nota 8 à administração Lula, menor do que a
média: "Se me perguntassem que
nota eu daria aos oito anos do
FHC, eu daria 4, que é o valor que
eles levaram o dólar a ter".
Entre os independentes, 67%
são contra a contribuição de inativos, 62% são contra a autonomia
do BC, 43% são contra o PL-9 e
43% são favoráveis à CPMF permanente.
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