São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002

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Sigla quer mais verba para defesa

DA REPORTAGEM LOCAL

Nascido em fevereiro de 1980, a cinco anos do encerramento do regime militar, o PT foi visto com desconfiança pelo comando militar da época por sua suposta inspiração comunista.
Na Constituinte de 1988, o partido foi um dos mais combativos na retirada de poder dos militares para "manter a ordem interna", argumento considerado golpista.
Depois de 22 anos e mais próximo do centro do que quando de sua criação, o PT inclui em seu programa de governo uma defesa dos militares.
"As Forças Armadas encontram-se com poucos recursos, não sendo capazes de oferecer a seus contingentes a formação e os meios compatíveis com as exigências da defesa nacional", diz o texto do partido.
O PT afirma que as próprias instituições resistem às pressões para que venham a desempenhar papel de polícia interna e propõe debate no Congresso sobre a "concepção moderna" de seu papel.
"A partir daí, será possível definir com clareza uma orientação para o reequipamento material das Forças Armadas, coerente com um desenho refeito da política de defesa nacional. O governo Lula reforçará, modernizará e prestigiará as Forças Armadas do país", afirma o documento.
A sinalização de boas relações com os militares parte de uma premissa considerada essencial pelos petistas: "Desde já, fica claro, porém, que as Forças Armadas cumprirão sua missão constitucional, especialmente aquelas relacionadas com a defesa das fronteiras e a proteção das regiões ameaçadas em sua integridade, como é o caso da Amazônia. Elas deverão estar aptas também para desempenhar internacionalmente missões de paz".
O partido rejeita funções policiais para os militares e afirma que as "políticas de defesa serão exclusiva, soberana e democraticamente definidas pelo Estado brasileiro".



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