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Collor serve de munição em sites de candidatos
CÉSAR GUERRA CHEVRAND
DA REDAÇÃO
Em disputa pelo segundo lugar
nas pesquisas de intenção de voto,
os presidenciáveis José Serra
(PSDB) e Ciro Gomes (PPS) têm
utilizado o ex-presidente Fernando Collor em seus respectivos sites para atingir a credibilidade do
adversário.
Na página do candidato tucano
(www.joseserra.org.br), um texto
intitulado "O Brasil não voltará a
1989" afirma que Ciro repete o
"marketing do insulto" utilizado
pelo ex-presidente.
Diz o texto: "Ciro Gomes tem o
mesmo palanque de Collor, os
mesmos aliados, a mesma falta de
respeito às leis, às instituições e às
pessoas. A mesma forma mistificadora de fazer política e os mesmos truques". Segundo o artigo,
os militantes e profissionais do
PSDB têm a missão de "não deixar o país voltar a 1989".
Há ainda um "desafio" ("Os
amigos de Ciro") em que os leitores devem ligar três pessoas a seus
cargos para descobrir quem apóia
Ciro e estava ao lado de Collor.
O troco do candidato da Frente
Trabalhista está em texto com
chamada na página inicial de seu
site (www.ciro23.com.br): "Onde
estavam alguns membros do
atual governo em 92?".
Segue uma lista com sete nomes
que integraram o governo Collor
e hoje "ocupam o alto escalão do
governo FHC". Os citados são Renan Calheiros, Antônio Kandir,
Pratini de Morais, Celso Lafer, Armínio Fraga, Pedro Parente e Pedro Malan.
Ao final do texto, há uma breve
explicação: "Esclarecemos que esta matéria não tem como objetivo
fazer nenhum juízo de valor sobre
as pessoas. Pretendemos apenas
resgatar alguns fatos da nossa história. Além de ocuparem cargos
no governo Collor e no atual, estas
pessoas também têm outra característica em comum. Todas
apóiam, por enquanto, o mesmo
candidato à Presidência".
Omissão
Apesar das diferenças, José Serra e Ciro Gomes já foram do mesmo partido no passado. O atual
presidenciável do PPS foi governador do Ceará pelo PSDB, articulador do Plano Real e ministro
da Fazenda de Itamar Franco
(1992-94).
Em seu site, porém, no texto que
descreve sua atuação como governador ("Ciro Governador do Ceará), não há nenhuma referência
ao PSDB, legenda que só abandonou em 1997.
Os ataques de ambos os lados
pela internet se intensificaram na
semana passada, quando os institutos Ibope e Vox Populi divulgaram pesquisas em que Ciro passa
Serra nas intenções de voto.
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