LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

Os principais candidatos à Prefeitura de SP utilizaram seus "padrinhos" na estréia do horário eleitoral ontem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva surgiu ao lado da petista Marta Suplicy. Já o governador José Serra teve sua imagem explorada por Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin, mais pelo democrata, que o trata como parceiro, do que pelo colega tucano, que voltou a retratá-lo como "continuador" de suas ações.
Lula recebeu Marta em Brasília no domingo para gravar o programa. Já Serra não participou diretamente da propaganda vespertina: as imagens utilizadas por Kassab são de quando o tucano era prefeito. Alckmin usou o mesmo comercial exibido na terça, que traz a "corrente tucana". Primeiro Covas, depois Alckmin como seu seguidor e, por fim, Serra, para "continuar o que o Geraldo começou". Quem entrou para desejar "sorte ao Geraldo" foi Fernando Henrique Cardoso. Alckmin só apareceu em imagens de eventos da campanha e não gravou nada específico para o horário eleitoral da tarde, que chamou o eleitor a ver "a estréia" no programa à noite.
O apadrinhamento de Lula é mais eficiente para puxar votos em São Paulo do que o de Serra, de acordo com Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha. O presidente teve 44% de avaliação ótimo/bom na capital paulista (março de 2008), contra 36% do governador (novembro de 2007). Além disso, Lula é um padrinho mais interessante nesta eleição do que na anterior. Em 2004, contava 32% de ótimo/bom na cidade. Serra pode perder força como puxador de votos pelo fato de aparecer com dois adversários, o que tem o potencial de confundir o eleitor, na opinião de especialistas.
A palavra coragem foi usada por Marta, Alckmin e Kassab. A estratégia pode se relacionar ao fato de o eleitor não ter definição clara de qual deles "é o mais corajoso", segundo Datafolha de julho.


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