São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2004

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REPERCUSSÃO

MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES, economista:
"Não consigo falar nada. Ele é meu mestre há muitos anos. Agora, quem é que vai me acalmar?".

ANTONIO PALOCCI FILHO, ministro da Fazenda:
"É uma grande perda para o Brasil, cuja história econômica e social está fortemente marcada pela sua vigorosa contribuição. Seu nome ficará para sempre na memória nacional. Celso Furtado criou legiões de admiradores e discípulos por seu trabalho intelectual e profissional. Foi o primeiro economista a apontar a importância do combate à desigualdade de renda para o crescimento de longo prazo. Ao longo de nossa história ninguém superou Celso Furtado na compreensão dos desafios regionais do desenvolvimento nacional".

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, sociólogo e ex-presidente:
"O Celso foi certamente o maior economista de sua geração. Nos formou a todos e a várias gerações de pessoas. Um homem de dignidade".

JOSÉ LUÍS FIORI, cientista político e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro:
"Com a morte de Celso Furtado o Brasil perde um grande pensador e um líder, mas sobretudo perde um homem que jamais abriu mão de suas idéias, de sua coerência ética e de sua paixão pelo Brasil. Morre pouco depois de saber da demissão da presidência do BNDES do seu discípulo, o professor Carlos Lessa, atropelado por interesses financeiros que comandam o Brasil já faz tempo e que conseguem destruir todos os brasileiros honestos que tentam resistir a sua onipotência".

NELSON JOBIM, presidente do Supremo Tribunal Federal:
"Ele foi um homem importante para o Brasil. Colocou a inteligência e a capacidade de trabalho a favor do país. Ele se foi, mas o legado e o ensinamento dele -a necessidade de trabalharmos todos para a redução das desigualdades- não morrem".

JOSÉ SERRA, prefeito eleito de São Paulo (PSDB):
"Celso Furtado foi sem dúvida o economista e cientista social mais influente do Brasil contemporâneo. Mais do que isso, seu comportamento pessoal sempre representou e vai representar no futuro um exemplo para todos nós. Íntegro, austero, jamais se deixou seduzir por idéias da moda ou eventuais recompensas pessoais. Sempre acreditou na necessidade de um projeto brasileiro de desenvolvimento. Toda a sua obra só pode ser compreendida a partir dessa perspectiva".

GERALDO ALCKMIN, governador do Estado de São Paulo (PSDB):
"Celso Furtado teve grande importância na formulação de políticas de justiça social e desenvolvimento econômico para o país, em especial para o Nordeste brasileiro. Deixa um raro exemplo de dedicação à causa pública e à busca de soluções inovadoras para os nossos problemas".

JOSÉ GENOINO, presidente nacional do PT:
"A vida do Celso Furtado se confunde com a história do Brasil na luta por um projeto nacional, por um projeto de desenvolvimento econômico e, particularmente, como nordestino, Celso Furtado colocou na agenda nacional do país, num projeto nacional de desenvolvimento, o papel e a importância do Nordeste. É uma grande perda, mas é também uma referência para a nossa geração e para as futuras gerações que lutam por um país desenvolvido, integrado no mundo com soberania e com uma integração regional diminuindo as disparidades e as diferenças no Brasil".

PAULO NOGUEIRA BATISTA JR., economista e professor da FGV-EAESP:
"Ele foi o economista brasileiro mais importante da segunda metade do século 20. Principalmente pela contribuição intelectual dele, uma obra muito importante, criativa, original, de influência enorme para uma série de economistas. Junto com Raúl Prebisch, foi dos mais importantes economistas latino-americanos".

CRISTOVAM BUARQUE, senador (PT-DF):
"Nós perdemos um dos raros brasileiros que foram capazes de colocar uma mente absolutamente lúcida a serviço do povo. Ele foi um dos homens que mais contribuíram para criar um Brasil rico e justo. Ele, como muitos de nós, estava em uma fase de muita inquietação e desconforto com a situação que estamos vivendo".

JOSÉ DIRCEU, ministro-chefe da Casa Civil
"O Brasil perde um pouco de sua alma. Nós, da geração de 68, perdemos um homem que sempre nos guiou, nos ensinou, e que para todos nós era um exemplo de vida, da vida íntegra que ele levou, dedicada totalmente ao Brasil. É um momento de tristeza mas também de reafirmar, particularmente eu quero deixar bem claro, que sou absolutamente fiel a seus ideais, a seu pensamento e a seu exemplo de vida. No governo Lula sempre estarei ao lado das pessoas que sonham".

WALDIR PIRES, ministro da Controladoria Geral da União:
"Poucos brasileiros se identificaram tanto com a necessidade de transformações sociais e econômicas e com a instalação do Estado democrático que tivesse a responsabilidade de construção de um mundo autônomo e de solidariedade. Celso é uma das figuras mais extraordinárias da nossa vida política, porque ele era, de fato, um pensador político".

ALOIZIO MERCADANTE, líder do governo no senado:
"Foi seguramente o mais importante economista do Brasil. O homem que pensou com muita grandeza no desenvolvimento deste país. Um brasileiro marcado pela coerência, pelo compromisso com o desenvolvimentismo, pelo espírito público, pela gentileza no trato, pelo compromisso com a democracia".

MARCIO POCHMANN, economista e secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo:
"Talvez não tenha ninguém no Brasil que tenha representado tanto para o pensamento desenvolvimentista como Celso Furtado. Foi uma pessoa capaz de reunir conhecimento, liderar e orientar uma importante corrente de pensamento econômico, além de ter sido um gestor público que propôs enfrentar a inflação sem levar o país a uma recessão".

LUIZ GONZAGA DE MELLO BELLUZZO, professor titular de Economia da Unicamp:
"Nós, os economistas, devemos tudo a ele. Ele abriu os caminhos, colocou as questões em debate e formulou debates importantes, como a idéia mais completa do que era o desenvolvimento e o subdesenvolvimento. Foi ele quem percebeu que o subdesenvolvimento era um fenômeno histórico e que decorria de uma certa estruturação da economia e da expansão do capitalismo. Os debates que se travam em torno do desenvolvimento periférico têm origem nas idéias dele. Nós devemos tudo a ele".

PAULO PEREIRA DA SILVA, presidente da Força Sindical:
"Um dos maiores intelectuais contemporâneos, ele sempre se pautou pela coerência e em toda vida acadêmica sugeriu caminhos viáveis para o desenvolvimento econômico do país. Com certeza, o país perde uma grande referência no campo econômico e ético".

MARCO MACIEL, senador (PFL-PE):
"Conheci Celso Furtado ao tempo em que fui líder estudantil, por ocasião da luta pela criação da Sudene, projeto de sua autoria e que representou a primeira iniciativa de uma bem tecida política de desenvolvimento regional. Com sua morte desaparece um amigo a quem admirava não somente como economista e pensador social, mas, sobretudo, como humanista para quem nada do que é humano lhe era indiferente".

CHICO ALENCAR, deputado federal (PT-RJ):
"O Celso se inscreve entre os grandes pensadores do Brasil, porque ele, além de grande economista, era um homem da cultura, que teve um olhar singular sobre o Brasil. Nossa dor aumenta pelo fato de saber que, na sua última manifestação pública, apoiou Lessa. Ele, que apostou tanto em nós, não foi atendido. Nosso governo frustrou esse último apelo".


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