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DINHEIRO
Fazenda e Banco Central afirmam que a redução do compulsório não está relacionada com crise no Banco Santos
Ajuda a bancos já era prevista, diz Palocci
ÉRICA FRAGA
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci, e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles, negaram ontem que a medida de alívio nos depósitos compulsórios
dos bancos, anunciada na sexta-feira, tenha sido motivada por dificuldades e ondas de saques em
alguns bancos.
Segundo os dois, os problemas
que levaram à intervenção no
Banco Santos, há duas semanas,
são isolados e não há risco de contaminação no sistema financeiro.
"Não há nenhuma preocupação
nossa em relação ao sistema financeiro brasileiro. A medida
anunciada fortalece o sistema de
crédito, o que é positivo para o
sistema financeiro", disse Palocci.
Ele e Meirelles participam de
reunião do G 20 -grupo que reúne ministros das finanças e presidentes de bancos centrais de países avançados e emergentes.
Meirelles ressaltou que a medida -que favorece principalmente os bancos pequenos- visa melhorar as condições de competição do mercado e já vinha sendo
estudada. Ele disse que o BC decidiu anunciar a mudança ontem
porque avaliou que o momento
era "maduro e conveniente".
"A medida não é indicativa de
nenhum problema específico. Ela
é uma evolução normal do mercado e vinha sendo discutida há
muito tempo", disse.
Sobre os rumores de que tenha
havido vazamento de informação
sobre a intervenção no Banco
Santos, Meirelles disse que essa e
outras possíveis irregularidades
serão investigadas pela comissão
de inquérito do BC que cuida do
caso. Mas disse que, por enquanto, não existe nenhum indício de
vazamento de informação.
"O Banco Central tem uma comissão que está estudando todos
os detalhes e a atuação da instituição, do seu enquadramento ou
não em diversos aspectos normativos, e também eventuais possibilidades de qualquer tipo de irregularidade", disse Meirelles.
De acordo com o presidente do
BC, rumores de mercado não podem ser classificados como "normais ou anormais". Nas palavras
dele, eles simplesmente existem.
Palocci e Meirelles consideram
que não há motivo para preocupação do mercado com os efeitos
que a medida de afrouxamento
nos compulsórios dos bancos
possa ter sobre a inflação. Segundo a nova norma do BC, todos os
bancos poderão ter uma espécie
de desconto de R$ 300 milhões no
valor que são obrigados a recolher, diariamente, ao BC.
A liberação desses recursos significa que poderão ser usados pelos bancos para maior oferta de
crédito. Mas, de acordo com Palocci, os volumes que estarão livres não são suficientes para provocar pressões sobre os preços.
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