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Tucanos fazem lobby em nomeações
DA REPORTAGEM LOCAL
As indicações para desembargadores do TRF3 recebem recomendações do deputado Paulo Kobayashi (PSDB-SP), coordenador da bancada parlamentar paulista com presença naquela Corte.
Na posse do desembargador Johonsom Di Salvo, Kobayashi teve
direito a assento na mesa principal, ao lado do deputado Arnaldo
Faria de Sá (PTB-SP). Ele foi cumprimentado pelo apoio à recém-nomeada desembargadora Consuelo Yoshida, que teve Wilma
Motta, viúva do ex-ministro tucano Sérgio Motta, como "madrinha", e pelo apoio de Scartezzini.
Amiga de Fernando Henrique,
Wilma Motta disse à Folha que
não pediu a nomeação de Consuelo: "Sou solidária com todas as
mulheres, trabalho pelas mulheres tucanas, fui à posse dela. Mas a
escolha é uma homenagem à colônia nipônica e o reconhecimento do trabalho das mulheres".
Ex-procuradora da República,
Consuelo foi escolhida em lista
tríplice e foi a mais votada pelos
colegas do Ministério Público Federal. Ela tem "não somente um
histórico limpo, mas brilhante",
saudou a desembargadora Sylvia
Steiner, em nome do tribunal.
Consuelo é conselheira do Instituto para o Desenvolvimento do
Investimento Social, organização
sem fins lucrativos cujo conselho
é presidido por Jacques Marcovitch, secretário de Planejamento
do governo Alckmin (PSDB).
Di Salvo e Consuelo juntam-se a
três desembargadores identificados com Scartezzini: Carlos Muta
(ex-assessor do ministro Ilmar
Galvão, no STF, veio ocupar a vaga de Scartezzini no TRF3), Mairan Maia e Fábio Prieto (Maia e
Prieto receberam o apoio de Scartezzini na presidência do TRF3).
As nomeações de juízes com
currículos respeitáveis renovam
um tribunal desgastado com a investigação pelo STJ de dois desembargadores, Roberto Haddad
e Paulo Theotonio Costa, por suspeitas de falsificação de documentos e enriquecimento ilícito.
Alguns advogados entendem
que as escolhas reforçam o prestígio de Scartezzini, mas não garantem proteção a ex-governantes.
Para a procuradora Ana Lúcia,
"assim como acontece no TCU,
no STJ, no TSE e no STF, a nomeação pelo presidente é uma decisão política, não no melhor sentido do termo. Vale a pressão do
grupo mais influente, que esteja a
merecer alguma retribuição de
quem tem o poder de nomear",
afirmou.
(FV)
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