|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Lei veta "manipulação", diz ministro
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, 43, diz que "a possibilidade de manipulação na nomeação de juízes está controlada
pela lei". "As recomendações são
feitas nos tribunais. Recebemos
recomendações de todos, e elas
são anexadas aos processos."
Ribeiro diz que "é possível que o
ministro Jorge Scartezzini tenha
feito recomendações".
"A nomeação de juízes é um ato
de provimento complexo, que envolve a participação da sociedade
e do Judiciário. É o exercício de
uma prerrogativa do presidente.
Os nomes são submetidos ao Senado. Não há fundamento alegar
que as nomeações seriam feitas
por interesse pessoal", diz.
Sobre a hipótese de uma rede de
proteção, diz que "é lógico que a
especulação existe, mas o sistema
é bem ponderado e há uma primeira filtragem nas instituições".
Jogo de pressão
"Estão me atribuindo uma força
que não tenho", diz o ministro
Jorge Scartezzini, 65, do STJ. "Eu
presumo que isso seja descontentamento natural de alguns", disse.
"Não conheço o presidente da República. Tenho a impressão de
que está havendo uma forma de
pressão em cima de alguém, um
jogo que não é legítimo", diz.
"A disputa é clara e aberta. Há
um conjunto de forças, mas a eleição é feita pelo plenário do TRF3.
Não faço a lista, estou no STJ".
Sobre os cinco desembargadores que teriam recebido seu apoio,
o ministro diz que "são nomes
respeitáveis". "Esses juízes votarão com independência e de acordo com a sua consciência."
"Minha esperança é que o TRF3
tenha cada vez mais o respeito da
sociedade. Que tenha juízes decentes, competentes, voltados para o interesse jurisdicional, e não
para interesses pessoais", diz.
Apoio da bancada
O deputado Paulo Kobayashi
(PSDB-SP), 57, diz que as indicações de desembargadores são feitas pelo TRF3. "Normalmente, a
bancada paulista também se manifesta com sugestões, a gente faz
o encaminhamento de determinado apoio", diz o parlamentar.
"Quando é votada a lista tríplice, é solicitado politicamente o
apoiamento da bancada, pelos
próprios interessados ou pelo
presidente do tribunal".
"Procuramos respeitar a [ordem da" lista tríplice, mas nunca
nos negamos a enviar ofício de
outros que solicitam", diz.
"Essa ponte de intercâmbio entre o Poder Legislativo paulista e o
governo federal é mais ou menos
permanente", diz. "Não acredito
em qualquer montagem [para
proteger FHC"", diz Kobayashi.
A assessoria de imprensa do
TRF3 informa que, nas posses de
desembargadores, o cerimonial
convida os ministros e as bancadas de parlamentares de São Paulo e do Mato Grosso do Sul.
A advogada Ana Maria Scartezzini não quis se manifestar.
(FV)
Texto Anterior: Tucanos fazem lobby em nomeações Próximo Texto: FHC prioriza aprovação de proteção à ex-autoridade Índice
|