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Ex-namorada afirma que senador
mostrou transcrições de grampo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A advogada Adriana Barreto,
ex-namorada do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e
o marido dela, Plácido Faria, reafirmaram em depoimento ao Ministério Público Federal, anteontem, que ACM seria responsável
por grampos telefônicos na Bahia.
O senador baiano nega.
Segundo o procurador José Roberto Santoro, Adriana reafirmou
que teve conversas com ACM sobre grampos. Também disse ter
provas de seu relacionamento
com o senador. "Orientei que eles
encaminhassem as provas à Polícia Federal", afirmou Santoro.
A PF acredita que o grampo
atingiu 232 telefones de congressistas e pessoas próximas a ACM.
Em uma das conversas, o senador teria mostrado a Adriana
transcrições de grampos de conversas de seus adversários. Em
outra, ACM teria dito que grampearia Faria. Posteriormente, teria confirmado que fez o grampo.
O depoimento no Ministério
Público foi marcado de última
hora a pedido da própria Adriana,
que chegou a Brasília no final da
tarde da sexta-feira. Ontem à noite, ela e Faria foram ouvidos pela
Polícia Federal, depoimento que
não havia acabado até a conclusão
desta edição.
Em entrevista antes de falar à
PF, Faria disse que, em sua opinião, já há elementos para indiciar ACM. "Já há o suficente para
oferecer denúncias", disse. O advogado afirmou que a imprensa
se equivoca ao afirmar que precisam aparecer provas materiais
para comprovar a participação do
senador no grampo.
Revólver
Disse que ele e Adriana decidiram denunciar os grampos após
terem sido ameaçados pelo senador. "Tive revólver apontado para
minha cabeça, ninguém em Salvador aceitava um carona minha." Questionado sobre quem
teria apontado o revólver, respondeu: "O aparato do Estado".
Dois procuradores federais estiveram ontem com o advogado e
sua mulher. Segundo eles, a Justiça determinou que o processo
corra em sigilo, o que irá impedir
que senadores da Comissão de
Ética acompanhem depoimentos.
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