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PF deve solicitar quebra de sigilo telefônico de acusados de escuta
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A Polícia Federal deve pedir a
quebra dos sigilos telefônicos do
delegado Valdir Barbosa e de seu
ex-assessor na Secretaria da Segurança Pública da Bahia Alan Farias no inquérito que apura os
grampos criminosos no Estado.
A medida poderá ser solicitada
à Justiça na tentativa de checar
com quem os dois, acusados de
implantar os grampos em 232 telefones, mantiveram contatos nos
últimos 12 meses.
A quebra de sigilo será um dos
últimos recursos da PF caso Barbosa e Farias, que depõem nesta
semana em Salvador, se recusem
a apontar o mandante e assumam
sozinhos a culpa do crime. "Não
vamos parar de investigar só porque alguém assumiu a responsabilidade", disse o delegado.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) é o principal
suspeito de ser o mandante dos
crimes. Ele nega.
O inquérito comandado pelo
delegado Gesival Gomes de Souza
vai apontar Barbosa, ex-delegado-chefe da Bahia, e Farias, funcionário da secretaria, como responsáveis pela implantação dos
grampos ilegais. O primeiro fazia
os pedidos à Justiça; o segundo, as
escutas telefônicas que violaram
conversas de políticos e da ex-namorada de ACM, a advogada
Adriana Barreto.
Souza, porém, com metade do
inquérito já concluído em menos
de um mês de trabalho, está convencido de que os dois agiram sob
ordens ou motivação de outras
pessoas.
"Qual o interesse os dois teriam
em grampear os telefones e de políticos, por exemplo?", questiona
o delegado.
Para embasar seus pedidos de
quebra de sigilo à Justiça, feitos no
início de 2002, Barbosa afirmava
investigar um caso de sequestro
ocorrido ainda em 2001 na cidade
baiana de Itapetinga.
"Se você ouve as conversas de
uma pessoa durante 15 dias é capaz de avaliar se ela tem alguma
relação com o sequestro ou não.
Em alguns casos, as escutas duraram meses", disse o delegado.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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