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OUTRO LADO
Envolvidos dizem que não houve irregularidades
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA
O ex-presidente da Assembléia Legislativa José Carlos
Gratz (PFL) atribuiu as acusações contra ele a um "complô"
elaborado pelo governador
Paulo Hartung (PSB), seu adversário político.
"Ele [Hartung] quer se sobrepor à Assembléia. Só falta agora ser nomeado presidente da
Assembléia", disse ele.
Gratz negou irregularidades
nas obras de pavimentação de
ruas em Vila Velha, que resultaram na cassação de seu registro de candidatura.
"A Assembléia fez um convênio para asfaltar as ruas, não há
nada de irregular nisso. Eu
nunca fui lá. No dia da inauguração, uma casa colocou uma
faixa agradecendo a mim. Que
culpa eu tenho nisso?"
O advogado do ex-governador José Ignácio Ferreira (sem
partido), Nabor Bulhões, afirmou que o Banco Mundial auditou as obras do Prodesan
(Programa de Despoluição dos
Ecossistemas Litorâneos do Espírito Santo) e não foram encontradas irregularidades.
Bulhões também negou que
Ignácio tenha executado uma
operação fraudulenta no Banestes.
"Foi uma operação complexa, não irregular." Ainda de
acordo com o advogado, Ignácio não pode ser acusado de
gestão temerária de instituição
financeira porque, apesar de
eleito, ainda não tinha sido empossado governador.
A Agência Folha tentou falar
com Ignácio, mas foi informada de que ele estaria viajando.
Vale do Rio Doce
A CVRD (Companhia Vale
do Rio Doce) afirmou, por
meio de nota, que fez um acordo com o governo do Estado,
em 1998, para pagar dívidas de
ICMS no montante de R$ 13
milhões.
Pelo acordo, R$ 7 milhões seriam pagos por meio de doações de natureza social e outros
R$ 6 milhões em espécie. Em
1998, Gratz já era presidente da
Assembléia Legislativa.
"A indicação dos beneficiários das doações foi de única e
exclusiva responsabilidade do
Estado em razão dos aspectos
políticos e necessidades sociais
envolvidos", afirma a nota.
A inclusão do município de
Sooretama como beneficiário
das doações ocorreu com a publicação da lei 6.005 no dia 8 de
dezembro de 1999, alterando a
lei 5.781 de 22 de dezembro de
1998.
A CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) afirmou que a
doação foi referente a um acordo com o governo do Estado
para a antecipação do pagamento de ICMS, que será abatido no futuro. "Uma parte do
crédito foi para o governo e a
outra parte para a Assembléia,
que decidiu o que fazer com o
dinheiro", disse o assessor de
comunicação Deusdedith Dias.
Ele negou que a empresa tenha
sido chantageada.
A Aracruz Celulose afirmou
que não iria se pronunciar sobre o assunto. A Agência Folha
deixou recados para o empreiteiro Vilmar Borges da Silva e o
ex-prefeito de Sooretama Esmael Loureiro (PMDB), mas
eles não ligaram de volta.
(FK)
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