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Depoente citou compra de imóvel, diz promotor
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor de Justiça Antonio
Carlos da Silveira Arnóbio, do Ministério Público Estadual, que
participou da gravação do depoimento da ex-estagiária, foi ouvido
pelo desembargador Baptista Pereira, em abril de 2002. Arnóbio
disse que se lembrava de a ex-estagiária ter mencionado a compra
de um apartamento, colocado em
nome de uma empresa.
Arnóbio disse que a ex-estagiária falou de detalhes da operação,
como o valor do negócio, onde fora passada a escritura e o endereço do local, que ela frequentara.
Ouvida dias depois na mesma
investigação, a procuradora da
República Rita de Fátima Fonseca, que assistira ao depoimento,
afirmou que a ex-estagiária relatou vários fatos, alguns que pareciam indicar que ela tinha conhecimento de atividades ilícitas por
parte do magistrado.
Fonseca disse não se recordar
de ela ter relatado a existência de
empresa "offshore", nem de advogado ou doleiro envolvido com
Rocha Mattos. Nem mesmo da
existência ou não de apartamento
ou escritório do juiz em relação
com advogado ou doleiro.
Em agosto de 2000, a ex-estagiária prestara depoimento ao desembargador Theotonio Costa.
Ela disse que havia tido "relacionamento amoroso" com o juiz e
que estava "fora de si" por ocasião
do interrogatório, o que atribuiu a
descontrole emocional. Disse que
respondera "sim" a todas as perguntas dos promotores.
A ex-estagiária disse que não sabia que estava sendo gravada pelos promotores. E que no período
em que trabalhou na 4ª Vara "jamais ouviu qualquer comentário,
de advogado ou partes, desabonadores da conduta do doutor João
Carlos da Rocha Mattos".
A procuradora Rita de Fátima
Fonseca sustentou, em depoimento, que "não houve nenhuma
coação à estagiária" e que ela se
apresentava "segura e calma".
O promotor Arnóbio também
sustentou que a ex-estagiária passou a impressão de ser uma pessoa de comportamento emocional normal e que se mostrava
tranquila. Afirmou ainda que ela
não havia sido coagida a prestar o
depoimento.
(FV)
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