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Chineses só fecham negócios após
longo tempo de relacionamento
DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
Apesar da expectativa dos empresários brasileiros, não é fácil
fazer negócios na China: os chineses só fecham acordos após longos relacionamentos com o interlocutor, até que tenham total confiança na viabilidade do negócio.
Não se deve esperar negócios
vultosos nesta viagem: aqueles
que serão celebrados nesta semana, como os da Vale do Rio Doce,
já estavam sendo costurados bem
antes. "A paciência é a alma do
negócio na China", diz Renato
Amorim, secretário executivo da
Câmara de Comércio Brasil-China e ex-diretor da Vale na China.
Os chineses fazem a mesma pergunta umas 300 vezes, como se
quisessem testar o interlocutor.
Nunca promovem uma reunião
de trabalho numa mesa de almoço ou de jantar. Nunca falam
"não". No máximo, "pode ser".
Sabendo disso, Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do grupo
Gerdau que negocia há 25 anos
com a China, preferiu não fazer
parte da missão que acompanha
Lula. Gerdau viajou para a Alemanha a negócios. "Se fosse à
China seria para fazer relações
públicas." Segundo Gerdau, ele
tem uma relação muito próxima
com os chineses, o que facilita as
negociações: "Eles vão com freqüência jantar na minha casa".
Mas não é só a necessidade de
confiança que faz do chinês um
"osso duro de roer" nos negócios.
A China sabe que, com um contingente de 1,3 bilhão de consumidores e com taxas de crescimento
de 9,7% ao ano, é o país mais cobiçado do mundo. Para fechar qualquer negócio, a China exige fortes
cláusulas sociais que garantam
mais empregos. É comum para
uma empresa se instalar na China
que o governo exija a contratação
de um número muito maior de
empregados. O Banco da China,
estatal, possui cerca de 500 mil
funcionários, quando poderia
funcionar com menos.
(GB)
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