São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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"Não há juízo de valor", diz magistrado

CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o presidente da AMB, Mozart Valadares, não há "juízo de valor" na divulgação dos processos, que são detalhados até em nível de recurso.
"Estamos prestando um serviço à sociedade e ao eleitor brasileiro. A informação é pública e sua divulgação fortalece a democracia. Queremos um país menos corrupto", disse à Folha. O presidente da AMB rechaçou as acusações de que a iniciativa tenha motivação política.
"Óbvio que não estamos nos metendo em política. Estamos discutindo a qualidade de nossos políticos, como já fazemos com os magistrados", afirmou.
Valadares ressaltou que homens públicos têm o dever de prestar contas. "Nosso salário é pago pela sociedade", disse.
Segundo o magistrado, houve boa receptividade por parte das associações regionais e dos juízes eleitorais. Ele assegurou que não há pressão "externa nem interna" contra a divulgação das "fichas sujas". "Não vamos nos intimidar", disse.
Criada em 1949, a AMB reúne 13,7 mil juízes. Valadares substituiu o ex-presidente Rodrigo Collaço, de quem foi vice. Sua eleição no final de 2007 foi polêmica. A Folha publicou em novembro reportagem sobre dossiês apócrifos sugerindo financiamento de campanha, uso da máquina e até fraude. Valadares, candidato de Collaço, derrotou o juiz Carlos Hamilton Bezerra Lima com mais de 80% dos votos.
A direção da AMB atribuiu à chapa de Lima "uma campanha de baixo nível, lançando ataques e infâmias incompatíveis com o que se espera de um debate eleitoral".
A gestão de Collaço foi marcada pelo apoio ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e pela luta contra o nepotismo no Judiciário. Valadares, por sua vez, comprou a idéia do presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, e se comprometeu a divulgar a lista dos políticos com a "ficha suja".


Colaborou a Sucursal de Brasília


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