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"Não há juízo de valor", diz magistrado
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o presidente da
AMB, Mozart Valadares,
não há "juízo de valor" na
divulgação dos processos,
que são detalhados até em
nível de recurso.
"Estamos prestando um
serviço à sociedade e ao
eleitor brasileiro. A informação é pública e sua divulgação fortalece a democracia. Queremos um país
menos corrupto", disse à
Folha. O presidente da
AMB rechaçou as acusações de que a iniciativa tenha motivação política.
"Óbvio que não estamos
nos metendo em política.
Estamos discutindo a qualidade de nossos políticos,
como já fazemos com os
magistrados", afirmou.
Valadares ressaltou que
homens públicos têm o
dever de prestar contas.
"Nosso salário é pago pela
sociedade", disse.
Segundo o magistrado,
houve boa receptividade
por parte das associações
regionais e dos juízes eleitorais. Ele assegurou que
não há pressão "externa
nem interna" contra a divulgação das "fichas sujas". "Não vamos nos intimidar", disse.
Criada em 1949, a AMB
reúne 13,7 mil juízes. Valadares substituiu o ex-presidente Rodrigo Collaço,
de quem foi vice. Sua eleição no final de 2007 foi polêmica. A Folha publicou
em novembro reportagem
sobre dossiês apócrifos
sugerindo financiamento
de campanha, uso da máquina e até fraude. Valadares, candidato de Collaço,
derrotou o juiz Carlos Hamilton Bezerra Lima com
mais de 80% dos votos.
A direção da AMB atribuiu à chapa de Lima
"uma campanha de baixo
nível, lançando ataques e
infâmias incompatíveis
com o que se espera de um
debate eleitoral".
A gestão de Collaço foi
marcada pelo apoio ao
CNJ (Conselho Nacional
de Justiça) e pela luta contra o nepotismo no Judiciário. Valadares, por sua
vez, comprou a idéia do
presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, e
se comprometeu a divulgar a lista dos políticos
com a "ficha suja".
Colaborou a Sucursal de Brasília
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