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QUESTÃO AGRÁRIA
Para CNA, plano leva agricultor ao Fome Zero
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil), Antônio Ernesto de
Salvo, disse ontem que o governo
Lula poderá aumentar a clientela
do Fome Zero com o novo PNRA
(Plano Nacional de Reforma
Agrária), anunciado oficialmente
anteontem. Ele afirmou ainda que
não cabe à entidade opinar sobre
metas de assentamento.
"Não cabe à entidade comentar
planos ou metas do governo. Mas
hoje existem 3 milhões de pequenos agricultores, especialmente
no Nordeste, que são os maiores
clientes do Fome Zero. Ao estabelecer metas, sejam quais forem, o
governo Lula só irá aumentar essa
clientela", disse Salvo.
O presidente da CNA afirmou
estar "imaginando" que o setor
agropecuário não foi ouvido sobre o novo plano "porque ele [o
plano] deve estar absolutamente
dentro da lei". E ameaçou: "Nós
não vamos deixar que se faça a reforma em cima do produtor e fora
da lei". Ele citou como pontos que
considera inaceitáveis, como as
invasões, mudanças normativas
do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária),
"fora da lei e vistorias com vícios".
Salvo disse que o setor produtivo primário é hoje responsável
por 90% do superávit da balança
comercial e gera 16,4 milhões de
empregos com carteira assinada.
"Por isso sentimos muito orgulho
de defender esse setor, e o que diz
o presidente da CPT [Comissão
Pastoral da Terra] não nos interessa", afirmou, ao comentar declarações de d. Tomás Balduíno
de que o agronegócio era uma das
quatro maldições do país.
Já o presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), entidade
que engloba as sociedades rurais
brasileiras, João Almeida Sampaio Filho, disse que, se o governo
Lula seguir o que lideranças radicais estão querendo, o país vai sofrer séria retração na produção
agropecuária e agravar o desemprego no campo e na cidade.
"Se ele [Lula] fizer só a metade
do que o d. Tomás Balduíno quer,
teremos turbulências no campo."
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