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Empresa que originou mineradora de Eike foi comprada do Opportunity
Elo entre empresários, que são alvo de investigações federais, foi revelado pela PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal apontou
um elo entre o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Eike
Batista, alvos de duas das maiores investigações federais do
ano. No inquérito da Operação
Satiagraha, os agentes revelam
que a empresa que deu origem
à MMX Mineração e Metálicos,
de Eike, foi comprada do Opportunity, de Dantas, em 2005.
Naquele ano, Eike pagou ao
banco R$ 461 mil pela Tressem
Participações. No papel, a empresa funcionava no 28º andar
do prédio do Opportunity, no
Rio. A PF, na apuração da Satiagraha, diz que a sede abrigava
"empresas prateleiras", criadas
para movimentar recursos do
Opportunity. Ou seja, a Tressem, pelas acusações da PF, seria uma "empresa de papel".
Comprada por Eike em 6 de
dezembro de 2006, a Tressem
mudou o nome para MMX dias
depois. No mesmo período, seu
capital social cresceu de R$ 60
mil para R$ 16 milhões.
Na Satiagraha, a PF não diz
que a Tressem foi usada por Eike em esquema de crimes financeiros. Porém, sem citar
provas, afirma que Eike usa os
mesmos métodos de Dantas.
"As pessoas responsáveis pelo Opportunity (...) e outros
grandes investidores como Naji
Nahas e Eike Batista etc. teriam
criado mecanismo complexo
de operações, composto de fases de dissimulação e reintegração de bens, valores provenientes possivelmente de crimes contra o sistema financeiro nacional", afirma a PF no inquérito da Satiagraha.
A MMX Mineração foi alvo
da Operação Toque de Midas,
que apontou indícios de que a
empresa tenha sido beneficiada na licitação de uma ferrovia
do complexo da serra do Navio
(AP). Segundo a PF, a concessão supostamente fraudulenta
da estrada, em 2006, seria essencial nos planos de Eike de
vender o complexo para a Anglo American, acordo fechado
neste ano por US$ 5,5 bilhões.
A MMX nega as irregularidades. Disse que "a área do porto
de Santana foi regularmente
adquirida" da Amcel, por cerca
de R$ 26 milhões, "com autorização expressa da União".
(HUDSON CORRÊA E ALAN GRIPP)
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