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Ministério levou 35 anos para ser criado
DA COLUNISTA DA FOLHA
O primeiro ministro da Defesa
da história do Brasil, advogado,
ex-governador e ex-senador Elcio
Alvares, assumiu em 10 de junho
de 1999 e caiu seis meses depois,
suspeito de ser sócio de uma assessora que estava sendo investigada por uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito).
"Tudo uma campanha solerte
de adversários políticos", disse
Alvares na semana passada. "Foi
uma das melhores experiências
da minha vida e deixei bons amigos nas Forças Armadas".
O grande mérito do segundo
ministro, ex-advogado geral da
União Geraldo Quintão, foi ficar
quieto. Nem criava problemas
nem fatos. Ficou de janeiro de
2000 a janeiro de 2003, acabou o
governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e começou o de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Quintão elogiou a retratação do
comandante do Exército, general
Francisco Albuquerque, na semana passada: "A nota do Albuquerque foi muito boa, porque a primeira [nota que enaltecia a ditadura militar] era inadequada".
O terceiro ministro é o embaixador José Viegas, que já assumiu
sob a desconfiança de que seria o
representante de uma corporação
(a dos diplomatas) tentando comandar outra (a dos militares). O
Ministério da Defesa levou 35
anos para ser criado. Os problemas de então continuam sendo os
de hoje: hegemonia do Exército,
insatisfação com os soldos e equipamentos obsoletos, tudo exigindo pesados recursos -que o governo sempre diz não ter.
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