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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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PETISMO HISTÓRICO

Tereza Rodrigues, viúva de Carlito Maia, diz que ela também já foi uma "Luciana Genro"

"O PT dá muito trabalho", dizia publicitário

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Petista histórico, o publicitário Carlito Maia, morto em junho do ano passado, resumiu em artigo, publicado em 1998, as razões de seu amor pelo PT: um partido, "primeiro e único", no qual só há "gente firme, decidida, apaixonada", "tendências, pretendências e desistências, abrigadas sob o generoso guarda-chuva vermelho-e-branco".
Seria a perfeição? "Menas verdade", respondeu o próprio Maia no documento intitulado "Uma vez PT, sempre PT", publicado no informativo Linha Aberta, do Diretório Estadual paulista. "O PT é composto por seres humanos, com todos os defeitos e virtudes: xiitas e xaatos, xiiques e xuucros, xaaropes e xeeretas. Mas todos têm a garantia de poder tirar suas cismas numa boa, democraticamente -nos Encontros do Partido dos Trabalhadores. Onde são acertados os ponteiros, corrigidos rumos. O PT dá trabalho, se dá! Mas, nele, ninguém é melhor do que ninguém."
Passados cinco anos, o texto expressa bem o dilema entre a cúpula do PT e os radicais: a senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados João Batista Araújo de Oliveira (PA), o Babá, Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE). E explica por que Maia, petista histórico, que criou a marca "oPTei", nunca se filiou à legenda. "Ele dizia que o PT é que era dele. Ele não era do PT. E nunca se filiou, porque sabia que, quando você se filia, tem que se submeter a regras", disse Tereza Rodrigues, viúva de Maia.
Aos 49 anos, a advogada Tereza acompanhou de perto a história do PT nos 20 anos em que foi casada com o publicitário e cartunista. "Eu também já fui uma Luciana Genro. O momento exige a compreensão desses meninos sonhadores [em referência aos "radicais"]. Eles têm que crescer", declarou Teresa.
Confiante na história do partido, Teresa aposta em uma saída de "entendimento", sem expulsão para os radicais. "Confio no olhar amoroso do Lula." Mas a solução não seria unilateral. Agora "governo", Tereza diz que, aos "meninos", cabe compreender a nova situação do PT.


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