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Acusação contra
Telecom Italia
foi arquivada
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A alegação de que o grupo Telecom Italia teria superfaturado a
compra da empresa CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações), usada pela Brasil
Telecom para justificar a contratação dos serviços da Kroll, foi
considerada improcedente pelo
Ministério Público Federal. O
procurador da República José Alfredo de Paula Silva arquivou a
acusação, por falta de provas, em
maio deste ano.
A direção da Brasil Telecom
afirmou, anteontem, que contratou a investigação da Kroll para
"ajudar a esclarecer o superfaturamento" na aquisição da CRT
pela Telecom Italia, em 2000, e
que o negócio teria lesado os acionistas minoritários.
A acusação foi publicada pela
revista "Isto É Dinheiro", em julho do ano passado. Segundo a revista, o grupo Telecom Italia, que
fez parte do bloco de acionistas
controladores da Brasil Telecom
de julho de 1998 a agosto de 2002,
teria pressionado a operadora a
pagar US$ 250 milhões a mais pela CRT do que o recomendado pelos consultores técnicos.
O deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP) pediu investigação do Ministério
Público Federal. O inquérito concluiu que a denúncia é falsa.
"A documentação prova que a
Brasil Telecom, que está em juízo
contra seus sócios no Rio de Janeiro, contratou respeitável empresa de consultoria, do Grupo
Citigroup, para avaliar a empresa
e esta a avaliou entre US$ 650 milhões e US$ 850 milhões. A venda
foi feita por US$ 800 milhões,
dentro da avaliação da empresa
contratada pela própria compradora", diz o texto do procurador.
O relatório final do inquérito
administrativo, ao qual a Folha
teve acesso, diz que a Brasil Telecom participou ativamente do
processo de compra da CRT e que
o limite de pagamento de US$ 850
milhões foi aprovado pelo conselho de administração e por assembléia dos acionistas da Brasil
Telecom, com participação de representantes do Opportunity.
A compra tem servido de munição para uma intensa batalha judicial entre Opportunity, Telecom Italia e fundos de pensão. Os
três grupos formaram o consórcio Solpart, que comprou o controle acionário da Brasil Telecom,
em 1998, no leilão de privatização
da Telebrás. A Telefônica era proprietária da CRT, mas, como
comprou a Telesp, teve de se desfazer da empresa gaúcha.
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