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Veículo é ideal para acusações sem "outro lado"
DA REPORTAGEM LOCAL
O rádio, sem a imagem do
candidato ou registro por escrito, é o veículo ideal para os ataques mais contundentes aos
adversários, segundo marqueteiros consultados pela Folha.
Na TV ou em jornais e revistas, as críticas têm um peso
maior, são menos efêmeras e
mais diretamente associadas à
imagem de quem as faz, o que
nem sempre é positivo.
"Uma coisa é ver alguém falando, outra é ouvir. O rádio
admite um tom mais irônico,
uma postura mais crítica", diz
Nelson Biondi, um dos marqueteiros da campanha de José
Serra, presidenciável do PSDB.
Para Augusto Fonseca, que
coordenou o marketing da
campanha de Marta Suplicy
(PT) à Prefeitura de São Paulo,
o rádio tem ainda mais importância nas cidades pequenas.
"Há cidades em que não há
emissoras de TV, e o rádio acaba sendo o único veículo para
os políticos. E ele dá a oportunidade de uma conversa mais
íntima com o eleitor. O candidato se dirige individualmente
ao ouvinte", diz Fonseca.
Segundo o diretor-geral do
Datafolha, Mauro Paulino, outro fator favorável aos programas populares do rádio é que
cerca de dois terços de sua audiência estão nas classes C, D e
E, que contêm aproximadamente 89% do eleitorado brasileiro. "Os programas falam para quem decide a eleição", diz
Paulino.
(LM E CC)
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